A televisão brasileira entra em uma nova era. No dia 27 de agosto foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva o decreto que oficializa a TV 3.0, um novo padrão de transmissão que promete transformar a forma como os brasileiros consomem conteúdo. De acordo com Sergio Bruzetti, assessor de Planejamento de Engenharia da RECORD, a inovação não é apenas técnica, mas estratégica.

“A TV 3.0 vai permitir experiências inéditas, que encantem o telespectador e que tornem a TV aberta mais competitiva frente às plataformas digitais”, afirmou em entrevista ao portal Ric.com.br.
O que é a TV 3.0 e como ela se diferencia
O novo padrão além de oferecer imagem em altíssima definição, o sistema implementa áudio imersivo que poderá ser personalizado de acordo com a preferência do telespectador.
Outro avanço é a interatividade. Bruzetti explica que, em vez de depender de QR codes ou do celular, o público poderá participar de enquetes, responder perguntas e até mesmo fazer compras usando apenas o controle remoto. A publicidade também ganhará força com a segmentação, permitindo que os anúncios sejam direcionados de acordo com o perfil de cada espectador.
A integração com plataformas digitais e redes sociais será mais fluida, criando uma experiência próxima à do streaming, mas com uma diferença essencial: a TV aberta continuará gratuita para todos os brasileiros. “Tudo continuará gratuito, como sempre foi. O telespectador vai ganhar em qualidade e opções sem precisar pagar a mais por isso”, reforçou.
Interatividade como diferencial na TV 3.0
Um dos grandes recursos da TV 3.0 é justamente a interatividade. Entre os exemplos citados estão as transmissões esportivas. Será possível comprar camisas e produtos do time durante o jogo, escolher se quer ouvir apenas o som da torcida ou selecionar diferentes narradores.
“São funcionalidades que vão personalizar a experiência. Mas ainda teremos de testar muito para entender o que realmente vai conquistar a audiência”.
Disputa pela atenção com o streaming
A chegada da TV 3.0 também é uma resposta ao crescimento das plataformas digitais e de streaming, que se tornaram as preferidas das novas gerações. Para Bruzetti, a televisão aberta precisava dar esse salto para equilibrar a disputa pela atenção do consumidor.
“Não é que a TV tradicional tenha perdido sentido, mas ela já não atrai tanto os jovens. Agora, a TV aberta vai oferecer praticamente todas as características que eles encontram no digital, só que sem custo e de maneira muito mais acessível”, destacou.
Novos modelos de negócio para emissoras
Além dos benefícios para o público, a TV 3.0 abre oportunidades para as emissoras de televisão. Com os novos recursos, será possível criar estratégias de publicidade segmentada, algo muito próximo do que acontece nas redes sociais e nos serviços de streaming.

Outro ponto destacado é a integração fluida entre TV e plataformas digitais. Para o telespectador, isso significa navegar entre conteúdos lineares e digitais sem as barreiras atuais. Para as emissoras, representa ampliar possibilidades de receita e de fidelização da audiência.
Congresso Paranaense de Rádio e TV
Nesta quarta-feira (24), Sergio Bruzetti participa do 27º Congresso Paranaense de Rádio e TV, em Curitiba. No evento, ele promete detalhar o impacto da TV 3.0 e apresentar um panorama da radiodifusão no Brasil.
“Vamos abordar a questão das plataformas digitais, mostrando como está essa diferenciação em termos de faturamento, e também o que vai mudar nos sistemas de transmissão. A ideia é apresentar um panorama de como está a situação da TV aberta hoje e o que vai mudar, tanto na forma de encantar o telespectador quanto na criação de novos modelos de negócio para as emissoras”.
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