Nesta sexta-feira (24), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu no Brasil o processo conhecido como venda de íris.

Mulher com olho claro
Venda de íris é um procedimento que consiste no escaneamento da íris em troca de pagamento em criptomoedas. (Foto: Pixabay)

O projeto patrocinado por Sam Altman, principal executivo do ChatGPT, estimula às pessoas a venderem esses dados por um pagamento em criptomoedas.

A ANPD apontou que a empresa deve parar de ofertar pagamentos de qualquer tipo em troca da biometria ocular.

“Relatos imprecisos recentes e atividades nas mídias sociais levaram informações falsas à ANPD”, apontou a World – responsável por essas negociações de venda de íris, em pronunciamento nas redes sociais.

O projeto prometia pagar em uma plataforma de criptomoedas chamada Worldcoin 25 moedas, o que equivalem a R$ 320. Caso o usuário fique ao menos um ano na plataforma e não realize o saque, esse montante sobe para 48,5 worldcoins – equivalente a R$ 600.

A ANPD justificou que a oferta de dinheiro pela empresa prejudica o senso de consentimento dos usuários e que, em caso de dados biométricos, esse aceite precisa ser “livre, informado, inequívoco e fornecido de maneira específica e destacada, para finalidades específicas”.

“A contraprestação pecuniária oferecida pela empresa pode interferir na livre manifestação de vontade dos indivíduos, por influenciar na decisão quanto à disposição de seus dados biométricos, especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido”, diz a ANPD.

A World começou a atuar no Brasil em novembro de 2024, com oito pontos de coleta da biometria ocular. Atualmente, a empresa conta com 42 locais somente em São Paulo.

O que é a venda de íris?

A venda de íris, também conhecida como venda do olho, se trata de um escaneamento da íris de um ser humano. Cada indivíduo possui características únicas de pessoa a pessoa, tal como uma biometria.

A World justifica que esse processo se dá apenas para identificar seres humanos em detrimentos a robôs, em especial, para conferência na internet.

Mas especialistas alertam que não há clareza em como esses dados serão utilizados pela empresa e que por isso não é recomendado realizar esse procedimento.

Além do Brasil, países como Alemanha e Espanha também já proibiram essa prática.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.