Nesta sexta-feira (24), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu no Brasil o processo conhecido como venda de íris.

O projeto patrocinado por Sam Altman, principal executivo do ChatGPT, estimula às pessoas a venderem esses dados por um pagamento em criptomoedas.
A ANPD apontou que a empresa deve parar de ofertar pagamentos de qualquer tipo em troca da biometria ocular.
“Relatos imprecisos recentes e atividades nas mídias sociais levaram informações falsas à ANPD”, apontou a World – responsável por essas negociações de venda de íris, em pronunciamento nas redes sociais.
O projeto prometia pagar em uma plataforma de criptomoedas chamada Worldcoin 25 moedas, o que equivalem a R$ 320. Caso o usuário fique ao menos um ano na plataforma e não realize o saque, esse montante sobe para 48,5 worldcoins – equivalente a R$ 600.
A ANPD justificou que a oferta de dinheiro pela empresa prejudica o senso de consentimento dos usuários e que, em caso de dados biométricos, esse aceite precisa ser “livre, informado, inequívoco e fornecido de maneira específica e destacada, para finalidades específicas”.
“A contraprestação pecuniária oferecida pela empresa pode interferir na livre manifestação de vontade dos indivíduos, por influenciar na decisão quanto à disposição de seus dados biométricos, especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido”, diz a ANPD.
A World começou a atuar no Brasil em novembro de 2024, com oito pontos de coleta da biometria ocular. Atualmente, a empresa conta com 42 locais somente em São Paulo.
O que é a venda de íris?
A venda de íris, também conhecida como venda do olho, se trata de um escaneamento da íris de um ser humano. Cada indivíduo possui características únicas de pessoa a pessoa, tal como uma biometria.
A World justifica que esse processo se dá apenas para identificar seres humanos em detrimentos a robôs, em especial, para conferência na internet.
Mas especialistas alertam que não há clareza em como esses dados serão utilizados pela empresa e que por isso não é recomendado realizar esse procedimento.
Além do Brasil, países como Alemanha e Espanha também já proibiram essa prática.
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