O Athletico passa por um dos momentos mais delicados de sua história recente. Em pleno ano do centenário, o Furacão foi assolado por erros internos e acabou a temporada de 2024 rebaixado para a Série B do Brasileirão. A queda, portanto, é a premissa de um ano de 2025 desafiador para o clube.

O clube entra em seu 102° Campeonato Paranaense buscando um tricampeonato (venceu o torneio em 2023 e 2024) mas sem conquistar a confiança da torcida. Muito pelo contrário: o Athletico atravessa um “mar de incertezas”, com uma diretoria renovada, um novo técnico e um elenco remodelado.
Dentro de campo, o clube lutará pelo 29º título estadual contra os rivais Coritiba e Paraná Clube e as forças do interior, como o Operário. Todavia, o foco principal será construir um time-base que seja capaz de fazer uma boa Série B e, no fim de 2025, recolocar o Furacão na elite do Brasileirão.
E, em busca disso, o Athletico pode se apegar na própria história, visto que essa é repleta de lutas e uniões que, no fim, deixaram o clube mais forte.
Fundação, fusão, estádio próprio e crescimento: o início e a consolidação do Athletico
O Athletico foi fundado em 1924 após a fusão do International Foot-ball Club e o América Futebol Clube, dois clubes curitibanos de sucesso na primeira década do século XX. Já sob as cores rubro-negras, o Furacão começou bem a sua trajetória e empilhou conquistas estaduais.
Durante os primeiros anos, o clube brilhou especialmente nos anos 30 e 40. Em 1949, inclusive, consolidou o apelido de “Furacão”, visto a facilidade com que derrotava os adversários. A alcunha, inclusive, está presente até hoje na instituição e é a marca do Athletico.
Entre os anos 60 e 80, o Athletico seguiu consolidado como uma potência do futebol paranaense e viu ídolos atuarem no clube. Djalma Santos e Barcímio Sicupira, por exemplo, foram dois dos principais atletas da época, com referência ao “casal 20”, composto por Washington e Assis.
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Todavia, faltava um passo maior. Ao ver o arquirrival Coritiba ser o campeão brasileiro de 1985 em um Maracanã lotado, o Athletico sabia que precisava “extrapolar” os limites do Paraná e alçar voos maiores. Eis que, em um momento de grande dificuldade, surge um nome histórico no clube.
Goleada para o Coritiba mexe com os brios de dirigente que “quebra ciclos” e revoluciona Athletico
Na tentativa de subir de patamar, o Athletico, porém, caiu. Literalmente. O time começou a se ver mais envolvido na Série B do que na Série A do Brasileirão entre o fim dos anos 80 e início dos 90. Em 1995, uma goleada sofrida pelo Coritiba por um humilhante 5 x 1, todavia, foi crucial para o futuro do clube.
A goleada causou uma revolução no Athletico. Uma chapa intitulada “Atlético Total” assumiu o controle do clube. E ela era encabeçada por Mário Celso Petraglia, um empresário de sucesso. A partir daí, o clube mudou muito. Investiu em estrutura interna, montou elencos competitivos e passou a ser respeitado.
A primeira grande mudança, todavia, foi na casa do Furacão. O estádio da Baixada, que levava o nome de Joaquim Américo Guimarães (fundador do International, precursor do Athletico) foi transformado em uma moderna Arena, inaugurada em 1999. O local era, à época, um dos mais modernos do Brasil.
E o investimento externo, que contou com uma grande remodelação no CT do Caju, também foi para o campo. O Athletico montou times fortes e recuperou o seu prestígio. Em 1999, por exemplo, o clube foi campeão da extinta Seletiva da Libertadores, garantindo vaga à este torneio em 2000.

Furacão do Brasil e das Américas: Athletico se consolida e vira referência
No século XXI, as idealizações do presidente Petraglia surtiram efeito. O Athletico foi campeão brasileiro em 2001 de maneira histórica, especialmente graças aos gols decisivos de Alex Mineiro e o comando do técnico Geninho. Com isso, as participações na Libertadores, antes impossíveis, viraram comuns.
O título de 2001 embalou o futuro do Athletico, que foi vice-campeão brasileiro em 2004 e vice também da Libertadores em 2005. Após anos de estabilidade, mesmo com uma rápida passagem pela Série B em 2012, o Furacão se manteve firme no cenário nacional e internacional.
Foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2013 e, naquela década, participou de outras decisões. Estas, porém, com títulos. Em 2018, o Athletico foi campeão da Sul-Americana na Arena da Baixada, título que seria conquistado novamente em 2021, mas no Uruguai. Em 2019, veio a conquista da Copa do Brasil.

As taças, embaladas pelo talento de ídolos como Santos, Thiago Heleno, Bruno Guimarães, Nikão e Pablo transformou de vez o Athletico. O Furacão passou a ser visto como um grande clube no Brasil, não apenas pelo sucesso em campo, mas pelos investimentos e valorização financeira de ativos fora dele.
Vices dolorosos, erros de gestão e rebaixamento vexatório: Athletico comete equívocos e necessita de recomeço
O Athletico seguiu na “crista da onda” no futebol brasileiro e, em 2022, investiu pesado no time e na diretoria. Embalado pela conquista da Sul-Americana, o Furacão fez grande campanha na Libertadores e chegou à Final. Todavia, a perda da taça para o Flamengo representou uma grande desilusão no clube.
Todavia, o vice em 2022 não foi o único. Um ano antes, em 2021, o Athletico tinha sido campeão da Sul-Americana e, dias depois, teve a chance de vencer também a Copa do Brasil. Porém, duas derrotas duras para o Atlético-MG findaram o sonho do bicampeonato.
A partir de 2023, porém, os problemas começaram a surgir de forma mais considerável. O presidente Petraglia, já idoso, começou a sofrer com a saúde. A ausência do mandatário impactou o time que, sofrendo com perda de talentos e técnicos inexperientes, sucumbiu na temporada.
A tragédia anunciada foi confirmada em 2024. O Athletico apostou alto, mas sem investir tanto na equipe. No aniversário de 100 anos, o clube fez a pior temporada em muitos anos de instituição. A campanha pífia no Brasileirão, reforçada por erros internos e externos, culminou no rebaixamento.

Como time de Série B, clube prevê temporada de dificuldades e recomeços
A queda para a Série B revoltou a torcida do Athletico. O presidente Petraglia, mesmo doente, segue sendo o principal mandatário do clube e “assinou” as demissões do técnico Lucho González, do auxiliar Juca Antonello e dos diretores Paulo Miranda e Paulo Autuori.
A reformulação, todavia, será grande. Fora de campo, o clube promoveu Rodrigo Possebon ao cargo de diretor de futebol do Athletico e, dentro dele, confirmou Maurício Barbieri como o técnico para 2025. O elenco segue em estágio de montagem.

Para a estreia contra o Paraná Clube, no dia 11/01, o Athletico estará repleto de novidades. A ideia de usar a base no início do Paranaense foi descartada. O cenário crítico pós-rebaixamento faz com que o clube aposte em um time titular, exatamente para ter “corpo” na Série B.
Além destes dois torneios, o Athletico também jogará a Copa do Brasil. Porém, diferentemente dos últimos anos, começa o torneio já na 1ª fase. Contudo, o grau de importância desta será menor do que o da Série B. Subir, no Athletico, é visto como obrigação.
Tabela de jogos no Campeonato Paranaense 2025
Na primeira fase, o Athletico fará onze partidas. Para se classificar ao mata-mata, o time tem que fechar a primeira fase entre os oito primeiros colocados. Confira a ordem dos jogos:
1ª rodada – Athletico x Paraná Clube – Arena da Baixada
2ª rodada – Athletico x Rio Branco – Arena da Baixada
3ª rodada – Azuriz x Athletico – Os Pioneiros
4ª rodada – Athletico x Operário – Arena da Baixada
5ª rodada – Coritiba x Athletico – Couto Pereira
6ª rodada – Athletico x Cianorte – Arena da Baixada
7ª rodada – Andraus x Athletico – Vila Olímpica do Boqueirão
8ª rodada – Athletico x São Joseense – Arena da Baixada
9ª rodada – Maringá x Athletico – Willie Davids
10ª rodada – Athletico x FC Cascavel – Arena da Baixada
11ª rodada – Londrina x Athletico – Estádio do Café
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