O Operário entra no Campeonato Paranaense 2025 embalado por um ano de 2024 que superou as expectativas. O Fantasma, após sair da Série C, fez bela campanha na segunda divisão nacional e quase conquistou o acesso para a elite. No estadual, a queda para o Athletico não apagou o bom trabalho.

O clube, aliás, entra em sua 55ª participação na elite do Paranaense sob uma marca histórica: o aniversário de dez anos da histórica taça de 2015, a única do Operário na primeira divisão do estadual. A conquista abriu um “mar de oportunidades” para o Fantasma que, desde então, se consolida no Brasil.
Sob uma administração experiente, com figuras marcantes e um elenco renovado após uma boa temporada, o Fantasma busca “assombrar” os concorrentes no Paranaense. Todavia, precisará se adaptar a um cenário que conta, inclusive, com um novo treinador.
Fundação, marcos e fusões: início de vida do Operário é irregular
Fundado em 1912, o Operário é um dos clubes mais antigos do Paraná. Nas primeiras edições de Paranaense, o clube se uniu ao Savoia, um dos mais tradicionais no estado antes dos anos 20. O clube ganhou força municipal e passou a ser a grande potência da cidade de Ponta Grossa.
O domínio estadual, que não necessariamente representou títulos da primeira divisão, durou até os anos 50. O Fantasma passou bem pela década e se aproveitou de dificuldades financeiras e esportivas de rivais do interior. Portanto, naquele tempo, o Operário conseguia bater de frente com equipes curitibanas.
Porém, os anos 60 e 70 foram difíceis, com dificuldades financeiras e até mesmo um pedido de licença. Uma nova fusão, desta vez com o rival Guarani Sport Club, fortaleceu o futebol de Ponta Grossa e propiciou uma melhora. Todavia, a parceira foi desfeita em 1974 e o clube se licenciou em 1978.
Mas a ausência do Fantasma de competições oficiais foi por pouco tempo. Em 1979, o clube se aproveitou do inchaço do Campeonato Brasileiro (que teve 94 times) e disputou partidas da competição. Ainda que a participação tenha sido curta, entrou para a história.
Décadas de competições nacionais mas novo licenciamento antes de períodos gloriosos
Entre os anos 80 e 90 o Operário viveu um carrossel de emoções que mesclaram grandes dívidas e bons desempenhos esportivos. Todavia, ainda que tivesse destaque em outras divisões do Campeonato Brasileiro, não escapou de um novo licenciamento, desta vez em 1995.
Leia mais:
Campeonato Paranaense 2025: Tudo que você precisa saber sobre o Maringá
A parceria com o Ponta Grossa Esporte Clube deu poucos frutos entre os anos 90 e 2000, com rebaixamentos para as divisões de acesso do Paranaense e sumiço do calendário nacional. Porém, em 2008, o controle passou a um novo Grupo Gestor que, por sua vez, renovou a instituição.
O acesso à elite do Paranaense, em 2009, representou um recomeço ao clube. Os bons desempenhos na elite entre 2010 e 2013 colocaram o Operário em torneios nacionais, como o Brasileirão Série D. Até mesmo a disputa da Copa do Brasil passou a se tornar possível para o clube.
O sucesso, portanto, rendeu seu grande fruto em 2015. Sob o comando do técnico Itamar Schülle, o Operário se sagrou campeão do Campeonato Paranaense pela primeira vez. Na Final, vitórias sobre o Coritiba por 2 x 0 e 3 x 0, esta última em Curitiba.
A geração de atletas como Simão, Sosa e Ruy, portanto, está marcada como uma das maiores do Fantasma.
Títulos nacionais, consolidação na Série B e poucas turbulências: Operário vira exemplo
Após o título de 2015, um chocante rebaixamento em 2016 pareceu manchar a glória do Operário. Todavia, o time passou rapidamente pela segunda divisão e, em 2018, garantiu o retorno à elite. Todavia, ainda que fosse um time de segunda divisão estadual em 2017, o clube conquistou uma grande taça.
O Operário aproveitou a conquista do Paranaense em 2015 para se estabelecer e conquistar o Brasileirão Série D de 2017. A taça levou o time à Série C, conquistada já em 2018, em emocionante Final contra o Cuiabá. Portanto, rapidamente, o Operário chegou à Série B do Brasileirão em 2019. Avassalador.
Ainda sim, o passo de ida para a Série A ainda não aconteceu. O Fantasma fez boas campanhas, mas bateu na trave em algumas delas. O problema do rebaixamento para a Série C em 2022 logo foi resolvido com um novo acesso, já em 2023.
Em 2024, com um investimento modesto, o clube fez um grande Brasileirão Série B e nutriu esperanças pelo acesso que, contudo, não veio. O Fantasma fechou o torneio na 7ª colocação com 58 pontos, fechando à frente do rival Coritiba que, com grande investimento, sequer lutou para subir.
Elenco para 2025 busca manutenções e trabalha sob olhares de novo comandante
O excelente ano de 2024 foi o suficiente para que o técnico Rafael Guanaes deixasse o Operário após mais de dois anos no cargo. O treinador foi contratado pelo Atlético-GO e deixou o comando técnico nas mãos de Bruno Pivetti, ex-Náutico e CRB.
Em conversa exclusiva com a reportagem da Jovem Pan News, o gerente de futebol do Operário, Bruno Batata, afirmou que a escolha por Pivetti se deu pela questão “técnica”.
“O clube prega pela continuidade do trabalho, sempre. A escolha do Pivetti foi exclusivamente técnica, já que o modelo de jogo dele se aproxima muito do que o Guanaes implementou aqui. Quisemos dar uma sequência técnica e temos certeza que ele vai realizar um grande trabalho aqui”, diz Batata.

Aos 40 anos, Pivetti terá de liderar uma equipe que perdeu o zagueiro William Machado (para o Ceará) e liberou o goleiro Rafael Santos para a Portuguesa-SP. Porém, as movimentações para reposições ocorrem de maneira intensa.
O goleiro Elias (ex-Chapecoense), o lateral-esquerdo Cris Silva (ex-Fluminense) e o volante Fransérgio (ex-Coritiba) são alguns dos contratados pelo Operário. Outros jogadores devem chegar com o objetivo de ajudar o Fantasma a ter uma temporada histórica em 2025.
Bruno Batata, que já atuou como atacante do Operário no passado, afirmou que a proposta do clube é exatamente essa: fazer história mais uma vez, especialmente no Paranaense. O diretor, todavia, ressalta as dificuldades de se estar num torneio batalhando contra os investimentos dos times da capital.
“O clube vem se estruturando e investindo. O foco é de que, em 2025, continuemos dando os nossos passos. Sabemos, porém, que vai ser difícil. Mas vamos entrar para brigar, mesmo sabendo que os investimentos não são tão grandes quanto os clubes da capital.”
Por fim, Batata falou sobre um sonho do clube e da cidade de Ponta Grossa: ver o Operário na Série A do Brasileirão. Todavia, ele pregou cautela e pés no chão para atingir o objetivo no futuro.
“Depois de uma campanha como a de 2024, gera uma expectativa. Porém, estamos em construção, um contexto de dificuldade. Tivemos uma das menores folhas da Série B. Um dia, o clube estará na Série A, temos que ter essa pretensão. Esforço e trabalho não vão faltar para conseguir isso”, finalizou.
Estádio faz homenagem à ex-presidente e é palco de jogos históricos do Operário
Operário e Germano Krüger se confundem. O ex-presidente do clube construiu o estádio que carrega o seu nome nos anos 30. Portanto, desde então, o local abriga os jogos do Fantasma. Ali, o time realizou inúmeras partidas e, muitas delas, são históricas.

As campanhas dos títulos do Paranaense de 2015, da Série D de 2017 e da Série C de 2018 tiveram o GK como fiel da balança para o Fantasma. Atualmente, a capacidade do estádio é de 10.842 espectadores. Todavia, nos anos 70 e 80, quase vinte mil pessoas já foram à casa do Fantasma assistir jogos.
Tabela de jogos no Campeonato Paranaense 2025
Na primeira fase, o Operário fará onze partidas. Para se classificar ao mata-mata, o time tem que fechar a primeira fase entre os oito primeiros colocados. Confira a ordem dos jogos:
1ª rodada – Operário x Andraus (Germano Krüger)
2ª rodada – Paraná x Operário (Vila Capanema)
3ª rodada – Operário x Rio Branco (Germano Krüger)
4ª rodada – Athletico x Operário (Arena da Baixada)
5ª rodada – Operário x São Joseense (Germano Krüger)
6ª rodada – Operário x Londrina (Germano Krüger)
7ª rodada – Azuriz x Operário (Os Pioneiros)
8ª rodada – Cianorte x Operário (Albino Turbay)
9ª rodada – Operário x FC Cascavel (Germano Krüger)
10ª rodada – Coritiba x Operário (Couto Pereira)
11ª rodada – Operário x Maringá (Germano Krüger)