O Paraná Clube está de volta a elite do Campeonato Paranaense. Após duas temporadas de extrema dificuldade na segunda divisão estadual, o Tricolor garantiu o retorno à elite apoiado no forte apoio da torcida, que lotou estádios e deu fôlego para que o time fosse campeão do torneio.

Para a 33ª temporada na primeira divisão do Paranaense, o foco primário, porém, não é conquistar a sua oitava taça no torneio. Com os rivais Athletico e Coritiba despontando como favoritos neste cenário, o objetivo principal do Tricolor é ir bem no torneio para assegurar uma vaga na Série D de 2026.
O propósito, inclusive, é ressaltado diariamente dentro do clube. O técnico Argel Fuchs, contratado para o Paranaense deste ano, chegou a admitir que foi recrutado pelo Paraná com este propósito: devolver o Tricolor ao calendário nacional, algo que o time não tem desde 2022.
Todavia, para isso, será necessário superar desafios e tentar restabelecer o respeito dos rivais.
Fundação e década gloriosa: início do Paraná Clube é recheado de títulos e domínio estadual
O Paraná Clube foi fundado em 19 de dezembro de 1989 a partir da união do Pinheiros e do Colorado, dois fortes clubes da cidade de Curitiba. A fusão, bem sucedida, colheu grandes frutos na década de 1990, onde o Tricolor rapidamente assumiu o papel de potência e rivalizou com Athletico e Coritiba.
Com patrimônios conquistados graças a união (como o estádio do Pinheirão e a sede da Kennedy, por exemplo), o Paraná cresceu muito e empilhou títulos. Em 1991, por exemplo, o time talentoso de Serginho Prestes e Saulo foi campeão paranaense pela primeira vez.
Em 1992, na antiga Fonte Nova, título da Série B do Brasileirão em final eletrizante contra o Vitória. As duas taças assustaram e colocaram o Paraná Clube em evidência. O time se estabeleceu na Série A do Brasileirão e empilhou estaduais naquela década: foi campeão em 1993, 1994, 1995, 1996 e 1997.
O pentacampeonato fez com que o Paraná Clube se tornasse o orgulho do estado, em uma década em que Athletico e Coritiba sofriam pela irregularidade e presenças na Série B do Brasileirão. Craques como Tcheco, Reginaldo Vital, Paulo Miranda e Ricardinho fizeram parte daqueles times do Tricolor.
Nova década e novos problemas: Paraná Clube começa a sofrer e alegrias são mais escassas
Todavia, o sucesso dos anos 90 não se repetiram nas décadas de 2000 e 2010. O Paraná Clube passou a ter problemas internos e as participações de destaque, especialmente no Paranaense, foram mais escassas. Com Athletico e Coritiba recuperando o protagonismo, a vida do Tricolor ficou mais difícil.
O último título conquistado foi em 2006, em decisão contra a ADAP/Galo no Pinheirão. O empate em 1 x 1 garantiu a taça a um time do Paraná Clube que finalizou a temporada com a conquista da histórica vaga para a Libertadores da América de 2007. Todavia, foi, talvez, o último momento de glória do clube.
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Participações frequentes na Copa do Brasil e a estreia na Libertadores, porém, não evitaram o rebaixamento para a Série B do Brasileirão naquele ano. Com escassez de ídolos, nem o artilheiro Josiel foi capaz de evitar a queda. O que o paranista não imaginava, porém, é que o retorno demoraria tanto.
Já como um time de Série B, o Paraná montou equipes medianas entre 2008 e 2010, sem conseguir o acesso à elite. No Paranaense, ainda sim, o time ia bem e brigava pela taça. Todavia, em 2011, uma sucessão de erros levou o clube a um inédito rebaixamento para a Segunda Divisão estadual.
Decepções e alegria passageira: Paraná acumula decepções e deixa de ser protagonista
Entre 2012 e 2019 a vida seguiu sendo difícil para o Paraná Clube. O Tricolor passou, de maneira mais séria, a ser assolado por problemas financeiros. Estes, por sua vez, vinham acompanhados de insucessos esportivos. O retorno à elite do Paranaense em 2013 representou apenas um alívio.
Ainda sim, o Paraná tinha algo que, atualmente, é distante: um calendário cheio. O Tricolor disputava o estadual no início do ano e, depois, participava da Série B até o final do mês de novembro. Em algumas temporadas, o tão esperado retorno à Série A quase aconteceu. Todavia, em 2017, tudo deu certo.
Após passar batido no Campeonato Paranaense, o Paraná Clube montou um bom time para 2017. Semifinalista da extinta Primeira Liga, o Tricolor contava com uma equipe talentosa. Embalado pelo poder decisivo de jogadores como Iago Maidana, João Pedro e Renatinho, o time conquistou o acesso à elite.
Todavia, o retorno à Série A do Brasileirão foi curto. Em 2018, o time sofreu com a perda dos talentos da temporada anterior e fez péssima campanha na elite, sendo rebaixado por antecipação. Problemas internos, falta de recursos para montar a equipe e trocas de técnicos contribuíram com a queda.
Rebaixamentos, dívidas, quase falência e “paciente na UTI”: Paraná Clube se perde de vez
O retorno à Série B para 2019 foi apenas o primeiro passo para a perda de protagonismo do Paraná Clube. Todavia, depois deste primeiro rebaixamento, a queda foi assombrosa. O Tricolor foi rebaixado para a Série C em 2020 e chegou ao fundo do poço com a ida para a Série D em 2021.
Os três rebaixamentos seguidos vinham acompanhados de uma política em cenário desastroso, com dívidas alarmantes, aumento de credores e risco de falência. Buscar uma recuperação judicial e transformar o clube em SAF passou a ser, mais do que um objetivo, uma necessidade.
Em 2022, o auge do desastre. No primeiro ano da gestão do presidente Rubão, o Tricolor foi rebaixado para a segunda divisão do Paranaense (uma vitória em onze jogos) e, na Série D, não conseguiu o acesso. Portanto, em 2023, o time teria apenas três meses de calendário e com baixíssimas perspectivas.
Tendo de ser ágil para pedir a RJ e buscar interessados em comprar a SAF, o Paraná seguia trágico em campo. Com uma péssima equipe, sequer foi ao mata-mata da Segunda divisão do estadual em 2023. Em 2024, o clube disputaria mais uma vez o torneio e, portanto, atrasaria a perspectiva por dias melhores.
O reconhecimento de crise, a emoção, o título e o retorno: Paraná Clube volta a sonhar
O cenário do Paraná para 2024 era péssimo. Sem acesso, sem dinheiro e perspectivas, o clube chegou a flertar seriamente com uma chance de falência. Uma incorporação com o Cianorte, para jogar a elite do estadual, foi pensada. Todavia, a ideia não foi para frente e o clube seguiu em seu ostracismo.
E assumir essa identidade foi o primeiro passo para a salvação. Um vídeo emocionante publicado pelo clube, que ressaltava um paciente na UTI e a necessidade de se dar um “choque” para salvar o Paraná mexeu com a torcida. A causa da instituição foi abraçada e, com apoio massivo, as coisas melhoraram.
Tendo o empresário Carlos Werner como um “mecenas” e incentivador, o Paraná apostou tudo na segunda divisão do estadual. Dispensou todo o elenco de 2023 (manteve apenas Liliu), contratou o técnico Tcheco e apostou em um time que conhecia o campeonato. A união deu certo.

Em campo, o Paraná não foi brilhante, mas emocionou. O time vendeu alguns mandos e teve partidas realizadas no Couto Pereira e na Arena da Baixada. A maior capacidade de público gerou mais receita e o time atingiu o objetivo. Com uma boa campanha, garantiu o acesso e a taça em final contra o Rio Branco.

Nova mudança de elenco, técnico experiente e foco em torneios nacionais: Paraná Clube busca recuperar tempo perdido
O ano de 2025 começou no Paraná Clube em meados de novembro, com o início da pré-temporada. Sem acordo para manter Tcheco, o Tricolor contratou o experiente técnico Argel Fuchs (ex-Coritiba, Internacional, CSA, entre outros).
Em sua chegada ao clube, Argel ressaltou a necessidade de classificar o Paraná Clube para torneios nacionais em 2026. Ir à Série D é o grande objetivo. Porém, para isso, o time precisa ir bem no Paranaense e chegar, no mínimo, ao mata-mata. Há alguns times que também lutam por vagas nacionais para 2026.

Sob orientação e indicação de Argel Fuchs, o Paraná esteve muito ativo no mercado e montou o elenco mesclando experiência e juventude. Os “rodados” e mais “famosos” contratados foram o lateral-direito Daniel Guedes (ex-Santos), o volante Júlio Rusch (ex-Coritiba) e o atacante Leandro Pereira (ex-Palmeiras).
Dentro do clube, a confiança é por um 2025 histórico e de recomeço. O clube segue no mercado buscando compradores para a SAF e precisa, dentro de campo, dar resultado. Uma boa campanha no Paranaense pode ser o marco para um recomeço depois de tantos erros e decepções.
Vila Capanema: remodelada, local será a casa do Tricolor no estadual
A Vila Capanema será a casa do Paraná Clube no Paranaense em 2025. O estádio recebeu no último ano algumas melhorias em sua estrutura, como pinturas nas arquibancadas e áreas externas. O vermelho e azul, as cores do Tricolor, são dominantes e dão vida ao visual que estava castigado.
Até o momento, a diretoria do time, que agora tem Aílton Barboza como presidente, não sinalizou com a possibilidade de mandar jogos no Couto Pereira e na Arena da Baixada. A presença de Coritiba e Athletico no torneio dificulta a logística.
O Andraus, que utilizou a Vila na elite em 2024 enquanto o Paraná estava na segunda divisão, jogará a primeira divisão na Vila Olímpica do Boqueirão.
Tabela de jogos no Campeonato Paranaense 2025
Na primeira fase, o Paraná Clube fará onze partidas. Para se classificar ao mata-mata, o time tem que fechar a primeira fase entre os oito primeiros colocados. Confira a ordem dos jogos:
1ª rodada – Athletico x Paraná Clube (Arena da Baixada)
2ª rodada – Paraná Clube x Operário (Vila Capanema)
3ª rodada – Paraná Clube x Andraus (Vila Capanema)
4ª rodada – Azuriz x Paraná Clube (Os Pioneiros)
5ª rodada – Londrina x Paraná Clube (Estádio do Café)
6ª rodada – Paraná Clube x FC Cascavel (Vila Capanema)
7ª rodada – Rio Branco x Paraná Clube (Municipal Fernando Charbub Farah)
8ª rodada – Paraná Clube x Maringá (Vila Capanema)
9ª rodada – São Joseense x Paraná Clube (Pinhão)
10ª rodada – Cianorte x Paraná Clube (Albino Turbay)
11ª rodada – Paraná Clube x Coritiba (Vila Capanema)
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