Curitiba - Ser jogador profissional nunca foi fácil. Muitos sonham mas poucos conseguem brilhar. E para as mulheres o desafio é ainda maior. Dos clubes da capital, apenas Coritiba e Paraná Clube lutam para manter o futebol feminino.
O preconceito já começa quando a garotinha escolhe jogar bola ao invés de fazer balé. E não para por aí. Encontrar escolinhas que oferecem futebol feminino sempre foi um obstáculo.
É fato que nos últimos 10 anos essa dificuldade diminuiu um pouco. Mas a diferença ao acesso, investimento e divulgação ainda são enormes entre o futebol masculino e o feminino.
O campeonato Paranaense Feminino de 2024 quase não aconteceu por falta de equipes. Os clubes não querem investir nas gurias, haja visto o exemplo do Athletico, que mesmo sendo penta campeão estadual no feminino, acabou com o time porque na Série B não há obrigatoriedade de manter as Gurias Furacão.
Na contramão do Furacão, Coritiba e Paraná Clube vivem uma semana de realizações no futebol feminino. As Gurias do Coxa realizaram o feito histórico de jogar a primeira partida oficial no Couto Pereira. Estive lá, lindo de ver quase 2 mil torcedores apoiando as mulheres em campo numa noite gelada de 8 graus. As Gurias do Coxa venceram o Rolim de Moura (RO) por 2 a 1 e forma pra terceira fase da Copa do Brasil feminina, lembrando que o Masculino tem “patinado” e não passa da primeira fase.
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O Paraná Clube também vive um momento especial no futebol feminino. Sem calendário no masculino, o clube vai disputar o Brasileirão Sub-17. Jogo das Gurias promete um bom público, já que a torcida paranista está com saudades de acompanhar uma partida do tricolor, ainda mais na Vila Capanema. A base do futebol feminino do Paraná Clube está se fortalecendo.
Encontrar boas jogadoras pode ser uma forma de receita para o clube, que vive entre Recuperação Judicial e crises financeiras constantes pela falta de competições.
Acompanho futebol há mais de 20 anos e esta semana foi realmente marcante para a conquista de espaço do futebol feminino. É pouco? Sim. Precisamos que os clubes de todo estado deem mais atenção e espaço pra elas. Deixa ela jogar!
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