Curitiba - O Paraná Clube lançou, na última terça-feira (30), um edital no qual detalha valores para a negociação da sua SAF. No documento, o Tricolor ressalta que a empresa interessada em adquirir a sociedade anônima terá que pagar, pelo menos, R$ 212,08 milhões, que seriam distribuídos em pagamentos de dívidas, infraestrutura e também montagem de elenco e comissão técnica, que, neste último caso, poderia até aumentar conforme as disputas de campeonatos.

Este investimento teria um prazo de dez anos. Ou seja, começaria a partir de 2026 e iria até 2035. A proposta foi apresentada à Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba. Com isso, está aberta também a abertura do processo competitivo. Desta forma, qualquer empresa interessa precisa protocolar a proposta, cumprindo todos os requisitos.
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No entanto, a Nextplay Capital Ltda, do empresário Pedro Weber, é a proponente âncora. Ou seja, tem a prioridade e caso outra empresa faça uma oferta – que precisa ser, no mínimo 10% acima do apresentado até aqui -, a Nextplay tem a opção de igualar a nova proposta.
Paraná Clube divide dinheiro e sonha com até R$ 85 milhões no futebol
No edital, o Paraná Clube divide os R$ 212,08 milhões em quatro etapas: pagamento das dívidas, compra em definitivo da Vila Capanema, reforma da Vila Olímpica do Boqueirão, e orçamento anual do futebol.
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No caso do Durival Britto e Silva, seriam destinados R$ 60 milhões, que poderiam ser parcelados, para a compra junto à União Federal do estádio. A ideia, inclusive, tinha sido revelada ainda em 2024 pela Banda B. Já no Érton Coelho de Queiroz, a ideia é transformar o local em um centro de treinamento. Para isso, seriam gastos R$ 10 milhões entre 2026 e 2028.
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Já o futebol, inicialmente o orçamento é de R$ 100 milhões, divididos em R$ 10 milhões por ano. No entanto, os valores podem mudar de acordo com as participações do Tricolor em competições nacionais. Se o time voltar à Série D, o gasto anual seria de R$ 21,9 milhões. Caso esteja na Série C, o valor passaria para R$ 28 milhões. Na Série B, chegaria a R$ 48,6 milhões até R$ 85 milhões em uma eventual disputa de Série A, o que só poderia acontecer, na melhor das hipóteses, em 2031.
E as dívidas?
Os R$ 42,08 milhões restantes seriam destinados ao pagamento das dívidas, porém, apenas o passivo transacionado, no caso os credores extraconcursais, como Receita Federal e BACEN (Banco Central do Brasil).
Porém, a dívida total do Paraná Clube chega à casa dos R$ 130 milhões, sendo pouco mais da metade dela referente aos credores concursais – aqueles que obtinham valores a receber antes da Recuperação Judicial, como ex-funcionários, jogadores e fornecedores.
Neste último caso, a ideia do Tricolor é usar a venda da sede da Kennedy para quitar todos os débitos. Internamente, a situação já está consolidada, mas ainda depende da prefeitura de Curitiba aceitar a negociação. A briga se dá pelo fato de o poder público considerar o imóvel como uma doação, sendo obrigatório o terreno ter a finalidade de lazer e recreação esportiva.
No próximo dia 20, acontece a reunião do Conselho Deliberativo, enquanto no dia 24 será realidade a Assembleia Geral dos Credores, para uma nova negociação dos valores e forma de pagamento. A tendência é de aprovação do plano por todas as partes, o que é decisivo para a venda da SAF, enfim, sair do papel.
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