Curitiba - O Paraná Clube terá novamente que disputar a Segunda Divisão do Paranaense em 2026. Com a derrota por 2×0 para o Cianorte e a vitória do São Joseense sobre o Rio Branco, o time paranista não tem mais chances matemáticas de permanecer na elite do futebol paranaense.

A vergonhosa queda no torneio estadual com uma rodada de antecedência é a terceira da história do clube, sendo a segunda consecutiva. O Tricolor tinha sido rebaixado em 2011 e 2022. Nos dois últimos anos disputou a divisão inferior, conseguindo o acesso no ano passado, com direito a grande apoio da torcida. Agora, no primeiro ano de volta à Primeira Divisão, uma nova queda.
TABELA: Veja como está a classificação do Paranaense e os próximos jogos
Mas o que levou o Tricolor a mais um rebaixamento? Separamos alguns erros que dão uma ideia dos motivos de mais essa decepção para o torcedor paranista.
Técnico
A escolha inicial pelo técnico Argel Fucks se mostrou claramente equivocada. Em cinco jogos sob seu comando, o Paraná não conseguiu vencer nenhuma vez, com dois empates e três derrotas. O desempenho foi tão ruim que o treinador saiu do clube antes mesmo do fim de janeiro, no dia 26.
Para substituir Argel Fucks, o Paraná escolheu Tcheco, que tinha comandado o time no acesso do ano anterior. Porém, uma campanha na sequência com uma vitória, dois empates e duas derrotas (já contando a última para o Cianorte) não evitou mais uma queda.
Elenco
Durante o campeonato o elenco paranista demonstrou ser no geral fraco e mal construído. Quando o clube sofria com lesões, como ocorreram, faltavam peças de reposição. Não foi a toa que no meio do Paranaense a diretoria praticamente remontou o time, com sete contratações entre os dias 31 de janeiro e 5 de fevereiro.
Ataque
A verdade é que o sistema ofensivo paranista se mostrou tenebroso neste campeonato e um dos motivos da equipe não ter conseguido as vitórias. Sem contar com o jogo contra o Cianorte, o Paraná fez apenas quatro gols em nove partidas, sendo o pior ataque da competição. Nomes como Eduardo Tanque e Leandro Pereira, por exemplo, geraram grandes frustrações aos torcedores tricolores.
Diretoria
Quem comanda o Paraná Clube? Difícil dizer e isso se reflete em campo. Na prática, o empresário Carlos Werner estava liderando o clube desde a Série Prata no ano passado. Porém, com os resultados ruins de 2025, ele desapareceu dos holofotes.
Já o poder do presidente eleito, Ailton Barboza, é uma incógnita. O dirigente pouco aparece, mesmo em situações críticas como a iminência desse rebaixamento. Com certeza há vários torcedores paranistas que sequer o conhecem.
Diante disso, ninguém se responsabiliza publicamente pelos erros, como a manutenção de Fernando Miguel como coordenador técnico do clube após a contratação dele em 2024. Com carta branca, o profissional fez um trabalho ruim e acabou substituído ainda no dia 24 de janeiro, sendo transferido para o Comitê de Estrutura, Formação e Desenvolvimento do clube. Carlos Bonatelli foi seu substituto.
Dívidas
Como se não bastasse todos os problemas enfrentados dentro de campo, o Paraná Clube ainda teve que lidar com decisões judiciais fora das quatro linhas. No dia cinco de fevereiro o clube foi notificado sobre uma dívida com a prefeitura de Curitiba em torno de R$ 500 mil. Diante disso, o clube ficou sob risco de ter contas e bilheterias bloqueadas, além de imóveis penhorados. Um (grande) problema a mais para um clube que já precisava se preocupar com o que acontecia dentro do gramado.
Sem SAF
Desde o ano passado se falava muito no Paraná Clube sob a venda para um investidor e a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), inclusive com a divulgação de alguns interessados. Porém, com o Tricolor sem divisão nacional ainda para disputar, pouco se viu na prática para que a parceria se concretizasse. Agora, com mais uma queda, o clube perde valor de mercado e terá que se remodelar se quiser constituir a sua SAF.
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