Alex de Souza é um daqueles nomes cravados, para sempre, na história do futebol paranaense e brasileiro. Ídolo de clubes como Palmeiras, Cruzeiro, Fenerbahçe, da Turquia, e Coritiba o agora treinador de 48 anos finalizou uma agitada temporada de 2025 no último domingo (23). Treinador do Operário, ele ajudou o time a se manter na Série B para a temporada de 2026.

A manutenção, mesmo em um cenário adverso, garantiu a Alex uma renovação de contrato até o final da próxima temporada. A sequência no Fantasma, possível após o fim de trabalho no Antalyaspor, da Turquia, é um passo importante na carreira do treinador que ainda busca atingir a marca do centésimo jogo comandando um time no futebol.
Em entrevista exclusiva concedida ao Bate Pronto Paraná na última sexta-feira (28), Alex falou sobre os desafios superados no Operário, as ideias de jogo e os planos para a temporada de 2026, que promete ser desafiadora: defender o título do Campeonato Paranaense e tentar concretizar o sonho de colocar o Fantasma na elite do futebol brasileiro.
Sequência, manutenção e desafios: Alex celebra 2025 do Operário e traça metas para ano que vem
Alex chegou no Operário em um momento, no mínimo, de tensão. O campeão paranaense de 2025 sofreu no primeiro turno da Série B com saídas de jogadores e dificuldades em conseguir resultados positivos. A demissão do então técnico Bruno Pivetti mudou a rota e proporcionou o retorno de Alex ao Brasil após trabalhos no time sub-20 do São Paulo e no Avaí. Para avaliar o ano do time, portanto, ele propõe uma “divisão” de momentos.
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“A gente tem que analisar qual foi o Operário. O campeão paranaense foi muito diferente do time que atuou o Brasileirão. Essa foi a primeira vez que o Fantasma vendeu atletas e aí eu cito dois: o Allan Godói, que foi pra Turquia, e o Jacy, que foi pro Coritiba. Quando eu chego, perdemos mais dois atletas para a Ásia: Joseph e Nilson, para o futebol da Indonésia e Iraque, respectivamente. Claro, a gente pensa, poderia ter ganho aqui ou ali mas, na minha visão, fechamos bem o campeonato, de maneira equilibrada“.
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Para 2026, já há um planejamento em curso. O empate em 0x0 com o Atlético-GO, na penúltima rodada, livrou o Fantasma de um temido retorno para a Série C. O treinador afirmou que não mudará seus ideais, mas que, ao mesmo tempo, pretende fazer mudanças em algumas características dentro do elenco, para ver o Operário com maior poder de agressividade durante as partidas.
Pretendo mudar a característica dos atletas, querendo mais agressividade. A gente não consegue competir financeiramente com clubes da Série A e, na própria Série B, temos nossas dificuldades. Precisamos ter uma cultura de trabalho, a maneira que foi feito com Rafael Guanaes e Bruno Pivetti. Se a gente conseguir isso podemos, sim, atingir o sonho do presidente Álvaro Goes, da torcida e do município de Ponta Grossa: jogar uma Série A. E, para isso, conto com a torcida que é muito positiva. Eu desejo que o Fantasma seja cada vez mais bem representado em Ponta Grossa.
“Há uma diferença entre ser uma contratação e um reforço”, reflete Alex, que não esconde dificuldades do mercado
A troca de comando e vendas de jogadores fizeram com que a cara do Operário fosse gradualmente alterada durante o ano de 2025. Já mapeando e estudando o mercado junto da diretoria, Alex revelou dificuldades nos investimentos e, afirmou que desafios de logística enfrentados pelo Fantasma, muitas vezes, afastam possíveis interessados.
Queremos aumentar o investimento anual, mas tudo depende daquilo que o Álvaro está disposto a investir. Tem que ver aonde aperta o calo da empresa dele, porque, infelizmente, as cotas que recebemos da Federação e da televisão não são tão grandes. Há a questão estrutural também. Hoje treinamos dentro de uma universidade e, para chegar até lá, precisamos fazer uma viagem de ônibus de cerca de 25 minutos para ir e para voltar. O aeroporto de Ponta Grossa está fechado e, para viajar, precisamos ir pra Curitiba para, aí sim, embarcarmos. Quando você começa a negociar com jogadores, tudo isso é questionado. A gente precisa evoluir nisso mas, em quanto tempo? Isso só o futuro dirá.
Para minimizar os problemas, Alex cobrou a diretoria por assertividade no mercado e deu a receita para ser eficiente no momento de convencer um jogador a atuar no clube.
“A minha cobrança com a diretoria foi: precisamos ser assertivos no mercado e enxugar um pouco elenco. Garanto que os quatro rebaixados para a Série B têm mais investimento e poder de compra do que nós. O mercado hoje está inflacionado e, claro, é um complicador. Provavelmente vamos errar porque, é o que eu digo: quando um atleta chega é uma contratação e não um reforço. O reforço é transformado a partir do que ele consegue desenvolver. Como convencer um jogador, portanto? A partir da conversa individual e não generalizada. Tenho que conhecer a história, os desejos e ambições de cada um. Alguns vamos convencer. Outros, não”.
Estreia no Paranaense já tem dia e adversário definido
Lutando pelo terceiro estadual, o Operário de Alex estreia no torneio no dia sete de janeiro, diante do Londrina, fora de casa. O Tubarão será o outro representante do estado na Série B de 2026, justamente ao lado do Fantasma. O Campeonato Paranaense será transmitido pela RIC Record.
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