Curitiba - “Nós devemos muito ao Athletico“. A frase foi dita por um dirigente da Ferroviária no dia 22 de julho, horas antes do empate em 1×1 entre os dois times, na Arena da Baixada, pela 18ª rodada da Série B. Aquele duelo marcou o reencontro dos clubes no campo, mas que fora deles foi marcado por uma longa parceria.

De 2004 até 2008 e depois de 2013 até 2017, Furacão e Locomotiva trocaram mais do que jogadores. O Rubro-Negro praticamente ajudou na reestruturação da equipe paulista, inclusive participando de decisões internas. Um acordo costurado lá atrás entre o mandatário atleticano, Mario Celso Petraglia, e o então prefeito de Araraquara, Edinho Silva.
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Petraglia, aliás, tinha um terreno na cidade do interior paulista, dos tempos em que foi vice-presidente da Inepar, que também teve parceria com a Ferroviária até 2008. Tudo facilitando para o acordo entre os dois.
Athletico investiu na Ferroviária e teve pouco retorno
Neste período, especialmente no segundo ciclo, o Athletico investiu no clube paulista, que saiu da segunda divisão paulista. Um crescimento que passou diretamente por peças do Furacão, que trabalharam na equipe. Dentro e fora de campo.
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Nomes como o então gerente executivo Pedro Martins, que é filho de Edinho e foi membro do Departamento de Informação do Futebol (DIF) do Rubro-Negro, o técnico português Sérgio Vieira, que chegou a comandar o Athletico interinamente em 2015, e vários jogadores, alguns mais conhecidos o goleiro Rodolfo, o zagueiro Marcão, o volante Matheus Rossetto e atacante Tiago Adan.
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Em contrapartida, vieram da Locomotiva em meio à parceria o zagueiro Wanderson, em 2016, e o técnico Milton Mendes, este o principal fruto rubro-negro no acordo. Em abril de 2015, o treinador foi anunciado pelo clube, que já observava o profissional há cerca de um ano, quando ele tinha trabalhado no Paraná Clube.
Inicialmente, Mendes foi procurado para comandar o sub-23 atleticano, mas acabou não aceitando. Em seguida, foi indicado pelo Furacão à parceira paulista e ficou por lá por cerca de seis meses, sendo o comandante da Ferroviária na conquista da Série A-2 do Paulistão, com 13 vitórias, um empate e três derrotas em 16 jogos.
Os números e o desempenho foram acompanhados de perto pelo Athletico, que, ao desligar Enderson Moreira, recorreu a Milton Mendes, após ele ser ‘testado’ e aprovado na ‘filial’.
Parceria ficou para trás
De forma geral, a parceria foi muito mais importante para a Ferrinha, que aproveitou as peças atleticanas, do que ao próprio Furacão, que não conseguiu trazer nenhum atleta de destaque ou faturar em cima de alguma venda. Até por isso, ela não seguiu adiante.
Agora, anos mais tarde, cada um seguiu seu caminho, mas os dois veem o futuro em jogo no duelo direto na Fonte Luminosa. Enquanto o Rubro-Negro pode até conquistar o acesso à Série A nesta partida, a Ferroviária corre o risco de amargar um rebaixamento para a Série C.
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