O primeiro turno da Série B de 2025 chegou ao fim e para o torcedor do Athletico os números na tabela pintam um quadro de frustração. A modesta décima posição, com 25 pontos, está muito aquém do que se espera de um clube com a estrutura e o histórico do Furacão. No entanto, um mergulho nas estatísticas revela que a campanha não é apenas “irregular”, ela é uma guerra civil travada dentro do próprio time.

De um lado, um setor ofensivo com desempenho de candidato ao título. Do outro, uma defesa com a fragilidade de quem luta para não cair. O Athletico vive um paradoxo que explica exatamente por que a equipe não decola.
Uma máquina de fazer gols
Se a esperança do acesso ainda pulsa na Arena da Baixada, a grande responsável é a linha de frente. Com 24 gols marcados em 19 partidas, o Athletico ostenta o terceiro ataque mais letal de toda a Série B, uma marca superior à de times que estão no G4, como Goiás e Novorizontino (23 gols cada) e Coritiba (20).
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A força não se concentra em um só jogador, tornando o sistema ofensivo difícil de ser neutralizado. O experiente Alan Kardec e o jovem Renan Peixoto dividem o posto de artilheiro, com cinco gols cada.
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O meia argentino Bruno Zapelli é o maestro, com três gols e três assistências. Pelas pontas, Luiz Fernando se destaca como um dos jogadores mais criativos da Série B, somando dois gols e três assistências. Até na defesa o ataque encontra ajuda. O lateral-esquerdo Lucas Esquivel é um dos líderes de assistências do time, com quatr passes para gol.
O Calcanhar de Aquiles do Athletico: Uma defesa que não resiste
Enquanto o ataque produz em ritmo de elite, a defesa conta a história de um time da parte de baixo da tabela. Os 26 gols sofridos colocam o Furacão como a quinta pior defesa do campeonato. Essa vulnerabilidade é o que ancora o time no meio da classificação.
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A comparação com os líderes da competição expõe a dimensão do problema. Os dois primeiros colocados, Goiás e Coxa, sofreram, juntos, 27 gols, apenas um a mais que o Rubro-Negro.
Os números são claros: o Athletico sofreu praticamente o dobro de gols que seus concorrentes diretos pelo acesso. A análise aprofundada revela uma crise sistêmica. O goleiro Mycael possui uma taxa de defesas de apenas 65,1% — na prática, a cada três chutes no alvo, um vira gol adversário.
Contudo, a culpa não é apenas do goleiro. O alto número de cartões recebidos pelos defensores (Felipinho, Esquivel, Habraão e Palacios foram punidos com frequência) é um sintoma claro de desorganização tática, com jogadores forçados a cometer faltas por estarem mal posicionados.
Alerta para o segundo turno
Essa contradição entre ataque e defesa se reflete em um desempenho chocante dentro da Arena. Para um time que almeja o acesso, vencer em casa é obrigação. No entanto, o Athletico disputou dez jogos como mandante e venceu apenas quatro, com quatro derrotas e dois empates.
O time parece sofrer de uma crise de identidade: tem jogadores talhados para o contra-ataque, mas, por sua grandeza, é obrigado a propor o jogo, expondo suas fragilidades defensivas.
A conclusão do primeiro turno soa como um alarme ensurdecedor. O ataque já provou seu valor e opera no limite. A solução para o acesso não é marcar mais gols, mas sim estancar a sangria na defesa. A tarefa para o técnico Odair Hellmann e sua comissão é monumental e urgente. É preciso corrigir a estrutura defensiva, resolver a crise de confiança na baliza e incutir uma mentalidade mais sólida na equipe, especialmente em casa.
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