Mesmo com o rebaixamento à Série B, o Athletico encerrou o ano de 2024 com superávit de R$ 23,4 milhões, de acordo com as demonstrações financeiras oficiais apresentadas pelo clube e auditadas pela BDO. O resultado marca o 11º ano consecutivo de saldo positivo, consolidando a gestão financeira como uma das mais consistentes do futebol brasileiro. Desde 2013, esse foi o segundo ano com menor superávit, superando apenas 2018 (confira lista abaixo).

A receita total em 2024 foi de R$ 609,3 milhões, sendo R$ 261,2 milhões em receita líquida, uma queda significativa em relação a 2023, quando o clube obteve R$ 479,4 milhões. A maior diferença se deu pela ausência de grandes negociações de atletas, como a do atacante Vitor Roque no ano anterior. A última temporada fechou com o superávit recorde de R$ 383 milhões, ou seja, uma queda na última temporada de quase 94%.
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Em contrapartida, os ingressos e bilheteria renderam R$ 85,5 milhões. Já os naming rights da Ligga Arena somaram R$ 14,1 milhões, e o clube arrecadou mais R$ 22,4 milhões com loja oficial e e-commerce, e R$ 24,4 milhões em alimentação e bebidas.
EBITDA do Athletico despenca após ano histórico
O EBITDA ajustado — indicador que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — caiu de R$ 498 milhões em 2023 para R$ 119,2 milhões em 2024. A margem EBITDA passou de 104% para 46%, refletindo os efeitos da queda de receitas com transmissão de jogos e negociações de atletas.
Estratégia de mídia própria e Lei do Mandante
Em 2024, o Athletico optou por não renovar com o Premiere e passou a transmitir seus jogos via Cazé TV e Rede Furacão. A decisão foi respaldada pela Lei do Mandante, em vigor desde 2021, e resultou em receita de R$ 23,6 milhões com transmissões.
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Os patrocínios renderam mais R$ 20,4 milhões, enquanto o clube promoveu ações como a distribuição de camisetas exclusivas para sócios que compareceram a 25 jogos ou mais — ação que teve custo estimado em R$ 2 milhões.
Perspectivas e desafios financeiros para 2025 e 2026
Apesar de manter superávit e um modelo de gestão consolidado, o impacto do rebaixamento pode ser ainda mais sentido nos próximos dois anos. A redução nos direitos de transmissão e premiações deve pressionar as receitas do clube, especialmente em 2025, com reflexos mais profundos previstos para 2026.
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Outro ponto de atenção está nas negociações de atletas, que tendem a diminuir. Em 2024, o goleiro Bento foi vendido ao Al Nassr, enquanto Canobbio e Cuello foram transferidos para clubes nacionais.
Histórico recente de superávits do Athletico
Confira os resultados financeiros do Furacão nos últimos anos:
- 2023: R$ 383,2 milhões
- 2022: R$ 47,6 milhões
- 2021: R$ 66,2 milhões
- 2020: R$ 134,4 milhões
- 2019: R$ 63,4 milhões
- 2018: R$ 16,4 milhões
- 2017: R$ 26,4 milhões
- 2016: R$ 38,7 milhões
- 2015: R$ 45,8 milhões
- 2014: R$ 43,2 milhões
- 2013: Déficit de R$ 6,4 milhões (ano de reforma da Arena)
- 2012: R$ 122,8 milhões
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