O Clube Atlético Paranaense se pronunciou oficialmente sobre a denúncia de que teria usado recursos destinados às obras na Arena da Baixada na negociação do lateral Léo, atualmente jogador do Flamengo.
Segundo nota oficial da CAP/SA, Sociedade para Propósitos Específicos (SPE) criada exclusivamente para executar as obras do estádio, o Atlético-PR não usou dinheiro da empresa na negociação do atleta.
De acordo com o comunicado, os sistemáticos atrasos nos repasses dos valores dos financiamentos à CAP S/A fizeram com que o Clube Atlético Paranaense tivesse de emprestar recursos à empresa, em contratos de mútuos contabilizados e auditados. No momento do pagamento pelo jogador Léo ao Esporte Clube Vitória, a CAP S/A devia ao Clube Atlético Paranaense 28 milhões de reais.
Assim que entrou o valor de uma parcela do financiamento, no final do ano passado, a CAP S/A pagou ao Clube Atlético Paranaense parcialmente os mútuos com transferência para a conta do Clube e, no caso do jogador Léo, fez pagamento direto para a conta de um credor.
A nota termina afirmando que a operação é juridicamente irretocável (pagamento de dívida por terceiro, com posterior reembolso com a quitação parcial de mútuo – art. 305 do Código Civil), garantindo que a negociação foi devidamente contabilizada e auditada.
Ministério Público pede esclarecimentos
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmou que irá pedir esclarecimentos em relação ao caso e que pretende apurar o que de fato aconteceu e que tipo de medidas devem ser tomadas se for comprovada alguma irregularidade. De acordo com a assessoria do órgão, devem ser intimados representantes do Atlético Paranaense, CAP/AS, Fomento Paraná – autarquia do Governo do Paraná que concedeu empréstimos para as obras – e do time do Esporte Clube Vitória, que recebeu o valor.
Câmara Municipal
O vereador da Câmara Municipal de Curitiba, Felipe Braga Côrtes (PSDB) afirmou que os parlamentares devem oficializar um pedido de informações aos órgãos de controle sobre o caso. “Temos que ter cuidado para tratar desse assunto, afinal estamos falando de uma denúncia, mas, caso seja comprovado, é crime”, afirmou o vereador. “Vamos ter esta iniciativa e provocar os órgãos de controle, para que sejam tomadas atitudes, pois se um crime foi cometido, os responsáveis têm que ser penalizados”.
