Curitiba - “Que lance do Cirino!” A frase dita durante o lance que definiu o título da Copa do Brasil para o Athletico em 2019 e ganhou o apelido de “Cirineta” não sai da mente do torcedor do Furacão. A equipe do técnico Tiago Nunes, que conquistou o país graças a um futebol bem jogado e envolvente, tinha, em seu ataque, um jogador que sabe bem o sentimento de defender o clube: Marcelo Cirino.

Marcelo Cirino marcou nome no Athletico após drible na Final da Copa do Brasil de 2019. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Cria das categorias de base do Rubro-Negro, Cirino viveu um pouco de tudo no clube paranaense. No currículo, há disputas de Libertadores, duas finais de Copa do Brasil e títulos estaduais. Entre idas e vindas por outros times, como a badalada transferência para o Flamengo em 2015, o atacante, aos 33 anos, está sem clube após passagem pelo PSS Sleman, da Indonésia.

Em entrevista ao Bate Pronto Paraná da última terça-feira (22), Marcelo Cirino, que passa férias em Maringá, falou um pouco sobre a sua trajetória no futebol, destacando, claro, as diversas passagens que teve pelo Athletico. O jogador defendeu o clube entre 2012 e 2015, 2018 e 2020 e, por fim, 2022 e 2023.

Marcelo Cirino lembra de início difícil no Athletico e detalha “receita” para superar a Série B

Cria da base do Furacão, o atleta fez parte do elenco do Rubro-Negro que, em 2012, disputou a Série B do Campeonato Brasileiro. Aquele time fechou o torneio na terceira posição com 71 pontos. O acesso foi dramático pois o Vitória, que também subiu, fechou o torneio com a mesma pontuação, tal como o São Caetano, que ficou em quinto sem a vaga.

O sofrimento para conseguir recolocar o clube na Série A passou por inúmeros fatores. De acordo com Marcelo Cirino, o fato de o Athletico não poder jogar na Arena da Baixada (em obras para a Copa do Mundo de 2014) criou uma dificuldade a mais para um time que, em seu caldeirão, contava com o apoio da torcida.

+ Confira todas as notícias do Athletico no RIC.com.br!

A gente não tinha casa. Estávamos sem a Arena da Baixada e não tínhamos, portanto, aquele contato mais próximo do torcedor. A diferença é que, hoje, os jogadores podem se agarrar a esse fato de atuarem na Arena da Baixada. Sofremos muito nessa questão em 2012. Viajamos pra Paranaguá, jogamos no Janguito Malucelli (o antigo Ecoestádio, hoje demolido). Hoje, os jogadores têm que aproveitar o fato de atuarem no Caldeirão, na casa do Athletico. Trazer a torcida pro lado deles”, afirmou.

Mesmo diante das adversidades enfrentadas pelo Athletico, ele lembra o que foi determinante para que aquele time conquistasse o retorno para a elite do futebol brasileiro.

“Nada foi fácil, nada foi dado de graça. O torcedor está magoado, assim como 2012, quando estávamos na Série B. Lá, foi tudo muito difícil. O que ajudou demais foi o fato do nosso time ser muito unido e fechado. Éramos próximos, conversávamos bastante“, acrescentou.

Bastidores da “Cirineta” e idolatria: Marcelo Cirino abre o jogo e lembra títulos pelo Athletico

Vendido pelo Athletico ao Flamengo no início de 2015, Cirino não deixou saudades no Rio de Janeiro. Sem destaque, passou ainda por Internacional e Al-Nasr, dos Emirados Árabes Unidos, antes de voltar ao Furacão em 2018. Campeão da Copa Sul-Americana naquela temporada, o atacante fez parte também da equipe que conquistou, em 2019, a Copa do Brasil.

Athletico conquistou a Copa do Brasil de 2019 com duas vitórias sobre o Internacional na Final. (Foto: Miguel Locatelli/Site oficial do Athletico)

Na final, contra o Internacional no Beira-Rio, Marcelo Cirino promoveu o histórico drible apelidado carinhosamente pelos torcedores de Cirineta. Ao prender a bola no ataque, conta o que se passava na cabeça segundos antes de entrar para a história do Athletico.

“Foi realmente um lance muito marcante. Virou tatuagem, desenho… ali eu realmente pensava apenas em acabar o jogo. O professor Tiago Nunes pediu apenas pra eu segurar a bola ali no ataque mas, naquele momento, senti que dava pra fazer um algo a mais. Consegui driblar, ajudar o Rony a fazer o gol e dar aquele título maravilhoso para o Athletico“, recordou.

Ídolo do Athletico? Cirino desconversa

Após rápida passagem pelo Bahia em 2021, ele voltou ao Furacão em 2022 mas, sem o mesmo brilho e sofrendo uma grave lesão, foi dispensado. Ainda no estado, chegou a defender o Operário antes de atuar na Ásia. Questionado sobre o fato de se enxergar como um ídolo, ele desconversa.

Marcelo Cirino teve passagem apagada pelo Athletico entre 2022 e 2023. (Foto: Gustavo Oliveira/Athletico)

Eu tenho um carinho muito grande pelo torcedor. Tenho certeza que o atleticano sempre vai me agradecer por tudo que fiz. Mas, sobre essa questão de ídolo… o Athletico sempre teve atletas capazes de realizar um grande trabalho. Eu deixo muito essa questão para o torcedor porque eu, enquanto jogador, sempre tentei dar o melhor para o clube“, finalizou.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui!