
Piloto de avião da LaMia pediu prioridade para pouso alegando falta de combustível. Minutos depois declarou emergência por falha elétrica
Um tripulante da Avainca contou, nesta quarta-feira (30), que ouviu a comunicação entre o avião que levava a delegação da Chapecoense e a torre de controle do aeroporto de Medellín. Segundo ele, o piloto do Avro RJ85 da LaMia pediu ajuda desesperadamente, segundo a Rádio Caracol, da Colômbia. “Ajude-nos, ajude-nos” teriam sido suas palavras.
De acordo com a a ‘Rádio Caracol’ e o site ‘El Espectador’, o copiloto da Avianca Juan Sebastián Upegui contou que o voo da LaMia solicitiou prioridade de pouso por conta de problemas de combustível. “Solicitamos prioridade para proceder, solicitamos prioridade para proceder ao localizador, temos problemas de combustível”, teria dito o piloto Miguel Quiroga.
As informações são de que dois aviões solicitaram emergência quase ao mesmo tempo à torre de comando do aeroporto de Medellín e a prioridade para aterrissar foi dada a um Airbus A320, com capacidade maior de passageiros. Uma hipótese é de que o Avro RJ85 teve de dar duas voltas na cidade para esperar o pouso do outro avião e, por isso, o combustível acabou.
O A320 também estava com pouco combustível e em situação de emergência. Tratava-se de um avião da Aerolinea VivaColombia, que vinha com turistas da ilha de San Andres, no Caribe. Radares mostraram dois aviões voando próximos no local da queda da aeronave onde estava a equipe da Chapecoense. Após dar prioridade de pouso ao Airbus, o piloto da LaMia decretou situação de emergência. “Agora temos uma falha elétrica, temos uma total falha elétrica”.
De acordo com Upegui, “Quando ele [piloto da LaMia] iniciou a descida, declarou-se em emergência. Começou a dizer que tinha falha elétrica total e pediu vetores [rota mais rápida para aterrissar] para proceder [a descida]. Ajuda, vetores para alcançar a pista, repetiu”, relatou o tripulante da Avianca.
Upegui ainda questiona a conduta do colega. Segundo o funcionário da Avianca, o piloto da LaMia não se colocou em situação de emergência desde o início (mas sim de prioridade), porque este pedido em decorrência de falta de combustível poderia gerar uma multa altíssima para a cia aérea. Quando prosseguir se tornou insustentável, o piloto alegou falha técnica para entrar em emergência, especula Upegui.