Curitiba - Após dois anos de espera, o Coritiba está de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Um retorno que foi possível graças ao empate em 0x0 com o Athletic, acabando com a angústia do torcedor, que viu um queda em 2023 e um time sem forças para lutar pelo acesso em 2024.

Jogadores do Coritiba comemoram gol no Couto Pereira
Coxa está de volta à Série A. (Foto: Gustavo Oliveira/Coritiba)

E 2025 reservou um daqueles roteiros de “absolute cinema”. O início da temporada parecia repetir o trágico ano anterior. Eliminações precoces no Campeonato Paranaense, nas quartas de final para o Maringá, e na Copa do Brasil, ainda na primeira fase pelo Ceilândia, nos pênaltis.

Antes da volta por cima, uma goleada por 4×1 para o Santos, em amistoso no Couto Pereira. Tinha tudo para dar errado, mas deu tudo certo. Se não apresentou um futebol convincente, o Alviverde foi eficiente e com uma regularidade do inicio ao fim, passou a maior parte do tempo no G4 e o acesso veio com uma rodada de antecedência. Coroando um projeto que se iniciou ainda em novembro de 2024.

Confiança no projeto foi fundamental para o Coritiba

Assim que acabou qualquer chance matemática de subir no ano passado, o Coritiba já passou a planejar 2025 e tinha uma pessoa vista como plano A para conduzir o novo projeto: Mozart, que acabou conquistando o acesso com o Mirassol. Ao término da Série B, o clube procurou o treinador, que optou por trocar um clube organizado na Série A por um novo desafio na segunda divisão num ambiente de total reformulação e muito mais pressão.

Mas tinha algo mais além do profissional. Cria da baee, Mozart tinha uma forte ligação com o Coxa, além do sonho de comandar a equipe. Tudo isso fortaleceu os dois lados e foi fundamental para que mesmo diante dos resultados ruins e da desconfiança, a diretoria bancasse a comissão técnica para a Série B. Um importante passo para que tudo desse certo.

Reforços vieram – muitos por indicação do próprio treinador -, o tempo fora dos gramados foi aproveitado para corrigir erros, e desde a suada vitória por 1×0 sobreo Vila Nova, com um gol de pênalti de Josué aos 51 do segundo tempo, a fase ruim parecia ter ficado para trás.

A equipe teve seus momentos irregulares, como as três derrotas para Remo, Ferroviária e Goiás, com apenas o triunfo sobre o Operário no meio do caminho, ou os três jogos sem ganhar contra Paysandy, Athletic e Amazonas, ao final do primeiro turno. Ainda as duas derrotas para América-MG e Criciúma, que ameaçaram uma saída do G4. Mas, de forma geral, a competição foi sem sustos.

SAF se consolida com acesso

A sequencia de oito jogos invictos, com apenas um gol sofrido nesse período, as três vitórias seguidas após o tropeço em casa para o Criciúma, são alguns dos exemplos de superação, volta por cima e trabalho surtindo efeito. E mesmo com jogos ruins no Couto Pereira, a confiança da torcida foi sendo resgatada e o pesadelo de 2024 foi chegando ao fim.

Fora de campo, a Treecorp, dona da SAF alviverde, também foi vendo o trabalho surtir efeito. A compra, em meio a pior campanha do clube no Brasileirão na história, teve um choque de realidade logo de cara com o rebaixamento. Em seguida, os resultados ruins e um modesto 12º lugar na segunda divisão fizeram as arquibancadas se voltarem contra os empresários, que passaram a entender como é trabalhar com a paixão das pessoas.

E 2025 foi sendo construído pouco a pouco. Até mesmo fazendo com que houvesse a promessa da volta à Série A, que se tornou uma obsessão interna. Agora, missão cumprida, o desafio é outro. Fazer de 2026 um ano tranquilo. A última vez que o Coxa esteve na primeira divisão e não brigou para não cair foi em 2011. Desde então, o time se acostumou a viver lutando contra a degola, normalmente escapando nas últimas rodadas.

Mas isso é história para uma sequência deste roteiro. Ainda há a briga pelo título da Série B, que se não é o mais importante, servirá para coroar a convicção do trabalho e a volta por cima, além de consolidar o projeto a longo prazo, que pretende colocar o Coritiba em um outro patamar, sem as decepções recentes e que 2025 fique marcado como um recomeço.

Ricardo Brejinski

Editor de esportes

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.