Curitiba - O Coritiba vive uma mudança significativa em seu desempenho como visitante. Após duas temporadas marcadas por grandes dificuldades fora de casa, o time alviverde apresenta sinais claros de evolução em 2025. Com duas vitórias nas cinco primeiras partidas longe do Couto Pereira, o Coxa já figura como o segundo melhor visitante da Série B, com 40% de aproveitamento, ficando atrás apenas do Goiás.

Elenco do Coritiba comemora a vitória sobre o Criciúma, a segunda como visitante na Série B 2025.
Elenco do Coritiba comemora a vitória sobre o Criciúma, a segunda como visitante na Série B 2025. Foto: Gabriel Thá/Coritiba

Essa transformação tem como principal protagonista o técnico Mozart, que assumiu o comando no fim de 2024, em meio a um cenário de instabilidade e forte pressão por resultados. Ex-jogador do clube e profundo conhecedor do contexto alviverde, ele iniciou um processo de reestruturação tática e emocional do elenco, apostando em pilares como organização, equilíbrio e competitividade.

O impacto de Mozart é especialmente visível nos jogos fora de casa. Um time que nos últimos anos carregava a fama de frágil como visitante agora demonstra postura mais compacta, disciplina defensiva e maior controle das partidas, mesmo em contextos desfavoráveis. Apesar das oscilações no desempenho de alguns jogos, os números e resultados sugerem uma mudança de rota concreta, com potencial para consolidar o Coritiba como um dos times mais competitivos da Série B.

De calcanhar de Aquiles a “ponto forte”: a evolução do Coritiba como visitante

Em 2023, o desempenho fora de casa foi um dos fatores determinantes para o rebaixamento, com média de quase 2,5 gols sofridos por partida e diversas goleadas sofridas.

-19 jogos fora de casa
-4 vitórias
-2 empates
-13 derrotas
– Aproveitamento: 21%
-Gols marcados: 24 (1,26/jogo)
-Gols sofridos: 45 (2,37/jogo)
-Sofreu gols em 89% dos jogos
-Ficou até 6 jogos sem vencer como visitante
– Saldo de gols: -21

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Em 2024, o Coritiba ainda mostrava baixa produção ofensiva fora de casa, mantendo a instabilidade e oscilando contra rivais diretos, um dos pontos que o fez ficar mais um ano na segundona.

-19 jogos fora de casa
-4 vitórias
-3 empates
-12 derrotas
-Aproveitamento: 26,3%
-Gols marcados: 15 (0,79/jogo)
-Gols sofridos: 27 (1,42/jogo)
-Sofreu gols em 74% dos jogos
-Passou até 9 jogos sem vencer fora de casa
-Saldo de gols: -12

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O desempenho em 2025 mostra um Coritiba em evolução, mais consistente e equilibrado fora de casa. Ainda que tenha acumulado três derrotas seguidas, não sofreu goleadas e apresenta níveis de competitividade superiores aos anos anteriores, especialmente no aspecto defensivo.

-5 jogos fora de casa
-2 vitórias (Chapecoense e Criciúma)
-3 derrotas (Remo, Ferroviária e Goiás)
-0 empates
-Aproveitamento: 40%
-Gols marcados: 4 (0,8/jogo)
-Sofreu gols em 80% dos jogos
-Melhor início visitante em 3 anos, vencendo logo no primeiro confronto longe do Couto Pereira
-Gols sofridos: 5 (1/jogo)
-Saldo de gols: -1

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A evolução nos números e os desafios de desempenho

Mesmo com os números indicando clara evolução fora de casa, o Coritiba ainda não convenceu totalmente dentro de campo. A equipe de Mozart tem mostrado progresso tático, mas esbarra em momentos de instabilidade que acendem o alerta para o torcedor.

A falta de efetividade no duelo contra o Remo, a virada sofrida para a Ferroviária e a atuação apática contra o Goiás revelam que o time ainda busca o equilíbrio ideal entre desempenho e resultado.

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O desafio agora é transformar a melhora estatística em atuações mais consistentes, principalmente fora de casa. Se conseguir corrigir essas oscilações, o Coxa pode consolidar não apenas uma boa campanha como visitante, mas também se afirmar como candidato real ao acesso.