Aos 26 anos de idade, o atacante Yuri Souza vem construindo uma carreira no futebol francês, após passar por diversos clubes brasileiros. No momento, o atleta veste as cores do Saint Priest, time da quarta divisão que tem parceria com o Lyon.

Yuri deu seus primeiros passos no futebol defendendo o Santos, mas ainda jovem, decidiu ir para as categorias de base do Corinthians. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o jogador explicou sua decisão.

“Acho que a questão de sempre, mudança de comissão técnica, uma hora gostam outra hora não gostam. Como eu sempre gostei do Corinthians, pela história, pela torcida, não foi uma decisão difícil de tomar, veio a oportunidade e eu agarrei. Foi a melhor escolha, passei oito anos da minha vida lá, fiz grandes amigos, fui muito feliz no Corinthians”, afirmou.

Entre as amizades que ganhou no Alvinegro, uma permanece até os dias atuais. O atacante mantém uma parceria com o zagueiro Marquinhos, do Paris Saint-Germain.

“Minha amizade com ele começou assim que eu pisei no parque São Jorge. Ele foi o primeiro jogador a me acolher no vestiário, o primeiro a me ensinar as coisas sobre o Corinthians, a andar de metrô e saber me virar em São Paulo, até quando eu não poderia ficar no alojamento por ser muito jovem, ele me deixou morar com ele e com a sua família por um bom tempo, o considero meu irmão e sua família como se fosse a minha, sou muito grato”, relembrou.

Yuri e Marquinhos mantém amizade na França (Foto: Reprodução/Instagram)

Apesar de ser grato pelo seu período no Corinthians, Yuri Souza entende que poderia ter oportunidade de jogar na equipe principais, assim como outros companheiros da sua geração.

“Acho que faltou a diretoria do Corinthians olhar mais pra categoria 94, ou talvez eu ter tido mais oportunidades na Copa São Paulo, não sei dizer, creio que faltou oportunidade pra mim e para outros que também mereciam chances naquela época, mas são coisas do futebol, não tenho o que reclamar. O Corinthians me tornou o homem que sou hoje, acho que isso já é muito importante”, apontou.

Após rodar por outras equipes brasileiras, o atleta chegou à Chapecoense, onde ficou entre os anos de 2014 e 2016 e teve oportunidades no profissional comandado pelo treinador Jorginho. Até hoje, ele afirma ter uma forte relação com o time catarinense, não apenas pelo carinho, mas também pelo sofrimento da perda de seus ex-companheiros no acidente aéreo.

“Acho que foi o pior dia da minha vida, porque perdê-los daquela forma, a dor foi gigante, creio que eles deixaram o legado deles, infelizmente em um momento incrível para todos do clube, fiquei mal durante um bom tempo, mas creio que foi um livramento pra mim também, se eu estivesse naquele momento bom que eu vinha vivendo lá talvez eu poderia estar naquele voo, então levo essa perda como motivação pra continuar o meu sonho e o deles também que foi interrompido”, disse.

Agora, Yuri Souza trabalha para se firmar no futebol francês, apontando que suas experiências na Europa têm sido positivas para a carreira.

“Tem sido incrível, aqui você aprende que futebol não é só chegar e entrar em campo, tem que fazer um trabalho extra tem que se dedicar dia a dia pra bons resultados, e isso em várias vezes foi claro pra mim, aprender a língua francesa, a cultura, e muito na parte tática e técnica, que agregou a mim ainda mais nos lugares que passei por aqui. Penso em seguir aqui, claro que oportunidades boas são poucas, vejo que a melhor oportunidade pra jogar com uma boa estrutura eu irei.. não descarto nunca a volta ao Brasil, mas a princípio penso em ficar aqui. Estou feliz na França”, finalizou.