Curitiba - Na última sexta-feira (28), torcedores do Athletico organizaram um jantar para comemorar os 101 anos do clube, com direito a presença de alguns ex-jogadores. Entre eles, o atacante Dagoberto, que viveu uma relação de amor e ódio no Furacão.

Revelado em 2001, o atleta ficou no Rubro-Negro até 2007, quando se transferiu para o São Paulo após uma briga na Justiça. De lá pra cá acabou sendo perseguido por parte da torcida nas poucas vezes em que enfrentava o Athletico, com vaias e xingamentos, que já aconteciam até mesmo no final da passagem pelo time.
Porém, este entrevero já faz parte do passado. Para os dois lados. Na festa, o ex-atacante se mostrou muito à vontade com a torcida, posando para fotos, dando autógrafos.
+ Entenda qual a chance hoje de Anselmo Ramon reforçar o Athletico na Série B
“Eu estou muito feliz mesmo, de coração, por ter sido convidado. No ano passado já tinham me convidado. O que aconteceu foi uma coisa rotineira do futebol, onde, infelizmente, teve um lado muito ruim. Entendo o torcedor, mas tenho minha consciência tranquila. Que bom que estou aqui. A vida é assim, feita de bons e maus momentos, mas o importante é que estamos juntos nessa”, afirmou Dagoberto, em entrevista à Banda B.
Relembre o imbróglio de Dagoberto e Athletico
Entre 2003 e 2004, Dagoberto era visto como uma das grandes promessas do futebol brasileiro. Titular do ataque do Furacão, também vinha se firmando no sub-20 da seleção brasileira, com quem foi campeão mundial da categoria, em dezembro de 2003.
+ Barbieri faz oito mudanças no time titular e Athletico goleia o Brusque em jogo-treino
No ano seguinte, fazia parte da seleção que disputou o pré-olímpico e seguiu em alta no Athletico, até que no Brasileirão, no empate em 1×1 com o Paraná Clube, sofreu uma séria lesão, rompendo os ligamentos do joelho que o afastaram por quase dois anos do futebol.
+ Quem é o lateral-direito do São Bernardo que está negociando com o Athletico?
Quando retornou, já não tinha o mesmo prestígio e passou a ter rusgas com Mario Celso Petraglia, atualmente presidente do Rubro-Negro. O dirigente queria vendê-lo para a Europa, enquanto o jogador não se sentia valorizado. Até que entrou na Justiça para poder se transferir para o São Paulo, na época por R$ 5 milhões, preço bem abaixo do que o mercado internacional oferecia.
A partir daí, as críticas de Petraglia ao atleta foram só aumentando, enquanto o torcedor comprou essa imagem e nunca poupou Dagoberto em campo.
Cutucada em Petraglia
Seis anos após se aposentar, ele ressaltou a ligação que tem com o Athletico e sempre fez questão de lembrar que o grande problema dele foi diretamente com Petraglia e que a prova disso é o carinho que recebeu no jantar.
“Nada melhor que o tempo. O tempo é o senhor das razões e, felizmente, fui convidado e estou aqui. Nada melhor do que o passar dos anos para tudo se encaixar. Tive seis anos maravilhosos no Athletico”, afirmou o atacante, usando um tradicional ‘bordão’ do mandatário do Athletico.