Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos, a Seleção Brasileira estreia nas Eliminatórias Sul-Americanas precisando vencer e convencer. Em entrevista coletiva virtual realizada nesta quarta-feira, o lateral direito Danilo falou sobre as dificuldades de lidar com a desconfiança do torcedor.
“Sem dúvida, para nós, é melhor quando a gente tem um bom ambiente com o torcedor brasileiro. Entretanto, o jogador tem que estar habituado e saber que a exigência é muito alta. Vamos enfrentar adversários qualificados e que também trabalham muito. Acho que nossa forma de trabalhar e se concentrar deve ser aqui dentro, no dia a dia, e tentar fazer com que o torcedor esteja ao nosso lado na maior parte do tempo”, declarou o jogador de 29 anos.
Por outro lado, o lateral da Juventus lamentou a ausência de público nas duas primeiras rodadas. O Brasil enfrentará a Bolívia, na Neo Química Arena, na sexta-feira, e o Peru, em Lima, no dia 13 de outubro, sem contar com a torcida em ambas as partidas devido à pandemia do novo coronavírus.
“É um momento difícil para nós atletas. O futebol foi feito para ter torcedor, para ter o apoio, a cobrança e a rivalidade entre torcedores. Nós jogadores temos de nos reinventar em termos motivacionais. A motivação vem dos objetivos de cada um, mas não posso falar que o torcedor não ajuda em dar um pique a mais. Nesse momento, não posso dizer que é um problema jogar sem torcedor porque tem muita gente com problema sério. Temos de agradecer e jogar como se o estádio estivesse cheio. Há muitos problemas que são sérios e precisam ser resolvidos”, disse.
Danilo ainda apontou a importância de a Seleção Brasileira apresentar um bom futebol nos primeiros desafios após a paralisação do futebol e destacou a preparação dos comandados do técnico Tite.
“Acho que é importante a forma como vence. Tite sempre bate nessa tecla de jogar bem para vencer. A nossa preparação diária antes dos jogos tem o mesmo nível de importância dos jogos. A gente começou com foco grande na preparação e isso te dá grande chance de jogar bem. A Seleção, com a qualidade que tem, se jogar bem, imagino que vai vencer a maioria dos jogos”, explicou.
O lateral também comentou o trabalho de reformulação da equipe verde-amarela com a entrada de jovens ao mesmo tempo em que a base dos últimos anos é mantida. Para ele, a presença de jogadores experientes é importante para dar tranquilidade à nova geração.
“Isso pode ser comparado ao trabalho de um clube, onde se mantém uma base de jogadores experientes e há entrada de jogadores mais jovens pouco a pouco. Na Seleção não tem o mesmo tempo e paciência para essa adaptação. Acho muito importante essa nova geração vir entrando aos poucos. Jogar pela seleção é motivo de orgulho, mas também de cobrança. Para esses meninos mais jovens terem tranquilidade para jogar um futebol bacana é importante ter uma base bem formada para dar suporte a eles”, concluiu.