Curitiba - Líder da Série B, sem perder há nove jogos, com a melhor defesa da competição e caminhando a passos largos rumo ao seu objetivo, que é voltar à elite, o Coritiba nem de longe lembra que já sofreu no início da temporada. E a reviravolta começou há exatos quatro meses, após um erro de gestão da diretoria que poderia colocar tudo abaixo.

O Coxa vinha de eliminações vexatórias para o Ceilândia, na primeira fase da Copa do Brasil, e para o Maringá, nas quartas de final do Campeonato Paranaense. Diante do mau momento e ficando quase um mês sem entrar em campo até a estreia na segunda divisão, a diretoria resolveu marcar dois amistosos, contra Santos e Botafogo.
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O primeiro, diante do Peixe, aconteceu no Couto Pereira, no dia 16 de março, há 120 dias. E o resultado foi catastrófico. Pensando mais no fator extracampo, com o Santos tendo Neymar – que nem jogou – para atrair público para o confronto, o Alviverde sofreu uma goleada por 4×1, que aumentava, naquele momento, ainda mais a crise interna, pressionando o técnico Mozart e os jogadores por resultados.
Coritiba não tinha ‘identidade’
Inclusive, após a partida, o treinador admitiu as dificuldades e que muito precisava ser feito para recuperar a confiança para a Série B.
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“Nós temos que melhorar muito, estamos longe do ideal para uma competição tão dura como é a Série B. Cabe a mim, como treinador, encontrar a fórmula para sair de uma situação como essa. A identidade que eu falei na minha chegada não conseguimos construir. Não somos um time propositivo, time reativo, e cabe a mim encontrar essa identidade”, disse Mozart na ocasião.
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A goleada fez com que o próprio Coritiba mudasse os planos e cancelasse o amistoso com o Botafogo, que seria na semana seguinte, mesmo contrariando o treinador, que também destacou que queria desafios e não ficar o tempo todo treinando. Porém, foi justamente nesse período que o time passou a apresentar evoluções. Neste meio tempo, protestos e cobranças da torcida sobre a SAF também ficaram marcadas.
Mudanças nas peças e na postura
Naquele dia 16 de março, o Coxa foi a campo com Pedro Rangel; Felipe Guimarães, Maicon, Thalisson Gabriel e João Almeida; Geovane, Filipe Machado e Lucas Ronier; Dellatorre, Gustavo Coutinho e Nícolas Careca. Da base titular dessa invencibilidade de nove partidas, apenas Maicon, Machado, Ronier e Dellatorre seguem entre os 11 iniciais.
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De lá pra cá, chegaram os laterais Alex Silva e Zeca, o zagueiro Jacy, o volante Wallisson e os atacantes Iury Castilho e Clayson, todos já sendo titular em algum momento ou entrando no decorrer das partidas. Naquele amistoso, o meia Josué havia sido liberado por causa de uma perda familiar, enquanto o lateral-direito Rafinha, então titular, disputou um torneio amistoso na Alemanha e, na volta, rescindiu o contrato.
A mudança de postura foi nítida. O time foi encontrando a tal identidade, a ponto de levar em 16 partidas apenas dois gols a mais do que naquela tarde/noite. O torcedor já sabe o que esperar do Coritiba ao longo dos jogos e vai vendo uma campanha na Série B deixando para trás as decepções no estadual e na Copa do Brasil. E tudo pode ter virado rapidamente graças ao chacoalhão sofrido naquele amistoso quatro meses atrás.
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