Curitiba - O Athletico vem convocando seu torcedor para o compromisso que acontece no próximo domingo (8), às 18h, na Ligga Arena, ou seria na Arena da Baixada? Ao menos nas postagens recentes se referindo ao estádio, o Furacão ‘esqueceu’ do naming rights. Tudo por um não cumprimento de contrato por parte do patrocinador, que não deve mais dar seu nome ao estádio.

Ligga Arena, casa do Athletico. (Foto: curitibaporoutroangolo/Instagram)

Na última segunda-feira (2), em duas postagens o clube mudou a postura. Primeiro ao orientar sobre o check-in para os sócios, tirou uma parte da frase que levava o nome da Ligga. E depois, para falar da próxima partida, chamou o estádio de Arena da Baixada.

Até o dia 30 de maio, o Furacão ainda divulgava os eventos no local com o nome da patrocinadora, como shows – inclusive os últimos confirmados, Green Day e Katy Perry – e jogos. Porém, após a virada do mês, o naming rights passou a não ser mais citado.

Atraso em parcelas e fim de contrato

E a data tem uma explicação. Foi justamente em junho que clube e Ligga fecharam a parceria. No dia 22 de junho de 2023, o Athletico anunciou a venda do nome da Arena para a empresa de telecomunicações do Paraná. Os valores não foram divulgados oficialmente, mas o acerto era na casa dos R$ 200 milhões, divididos por 15 anos, o que daria pouco mais de R$ 13 milhões por temporada.

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Após dois anos, no entanto, a parceria está sendo rompida. Segundo informações apuradas pela equipe da Banda B/RIC.com.br, a Ligga Telecom não pagou algumas parcelas em atraso, além de multas e juros, já sendo um indício que não seria cumprido o acordo inicial. Até por isso, o Rubro-Negro parou de citar o nome da empresa a partir do final do contrato do segundo ano, que ia de junho de 2024 até maio de 2025.

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Existe a possibilidade de o clube entrar na Justiça para cobrar os atrasos e também o cumprimento do contrato. A tendência é que tudo que tenha ligação ao nome da empresa seja retirado das instalações atleticanas.

E a dívida do Athletico pela Arena?

Os R$ 200 milhões do naming rights eram previstos pelo Athletico para quitar as dívidas da reforma da Arena para a Copa do Mundo de 2014. No acordo tripartite, com governo do Paraná e prefeitura de Curitiba, ficou acordado que o Furacão teria que pagar R$ 50 milhões à vista ainda em 2023 e os outros R$ 136 milhões divididos em 15 anos, com juros de 1,9% ao ano.

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Além do prazo ser exatamente o mesmo do acordo do naming rights, que foi colocado pelo Rubro-Negro colocou como garantia no acordo com a Fomento. Ou seja, os R$ 13,3 milhões recebidos anualmente da Ligga seriam repassados para o pagamento das dívidas, que seriam divididas em pouco mais de R$ 9 milhões anuais, sem as correções.

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Agora, sem este valor, o clube terá que arcar sozinho com as outras 13 parcelas restantes. Pelo menos até encontrar um novo parceiro para nomear o estádio. Só que aí entram dois pontos, que são a perda de receita do Athletico por conta do rebaixamento no ano passado e também a desvalorização da marca com a queda.

O acordo com a Ligga Arena só ficava atrás do Corinthians com a Neo Química Arena e do Palmeiras com o Allianz Parque, com cada time recebendo R$ 300 milhões em um acordo de 20 anos.

Em nota enviada à equipe do RIC.com.br, a Ligga Telecom se disse surpreendida com a decisão do Athletico, uma vez que negociava uma renovação do acordo, mas que seguirá conversando com o clube.

“A Ligga Telecom foi surpreendida com a decisão do Club Athletico Paranaense de suspender a utilização do nome “Ligga Arena” na identificação do estádio, visto que negociações estão em curso. Ressaltamos que o diálogo entre as partes tem o objetivo de revisar os termos do contrato de naming rights vigente, com foco na construção de uma solução que atenda aos interesses mútuos. O contrato firmado prevê cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de informações sobre as negociações em andamento. A Ligga reitera que os diálogos com o CAP seguem de maneira respeitosa e responsável“, diz a nota.

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Ricardo Brejinski

Editor de esportes

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.