Curitiba - O anúncio do Coritiba de que o Grupo Independiente Del Valle é um dos novos sócios da SAF gerou muitas dúvidas no torcedor. Afinal, qual será o papel do novo investidor, que vem adquirindo clubes por todo o continente? E mais, qual o objetivo ao comprar ações do Coxa?

Couto Pereira, casa do Coritiba. (Foto: Coritiba/Divulgação)

Desde o começo, quando adquiriu 90% do clube, a Treecorp tinha como ideia transformar o Alviverde em um modelo de gestão MCO, que é a sigla para multi-club-ownership, ou seja, vários clubes de um mesmo dono. No caso, encontrar outros interessados com alto conhecimento no futebol para ajudar a gerir o Coritiba. Entre eles, alguém que já estivesse operando com outras equipes, como é o caso do grupo do Del Valle, mas sem que a Treecorp perdesse a maior parte das ações e do poder da SAF.

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Em abril, a Treecorp já havia feito uma parceria com a OutField, que já tinha experiência com outros clubes de futebol, inclusive colocando o CEO Lucas de Paula diretamente no Coxa. Agora, vem a venda de uma parte da SAF para outro grupo, seguindo a linha do MCO.

Coritiba quer virar referência na formação de jogadores

No comunicado, o Coritiba reforçou que o Grupo Del Valle se tornou um “acionista minoritário do clube”. Mas, na prática, como isso vai funcionar? Dono do projeto do Equador, o empresário Michel Deller reforçou que o trabalho do dia a dia será totalmente da Treecorp e da OutField.

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“Chegamos com imensa humildade, respeitamos profundamente o futebol brasileiro. Não vamos atuar no dia a dia, isso continua com a Treecorp e a OutField. Viemos para aprender e apoiar”, disse ele, em entrevista ao Pipeline.

“A entrada do Grupo IDV como investidor minoritário no Coritiba é um passo muito importante para o projeto. Nós temos uma visão de longo prazo que passa por diferentes pilares estratégicos, dentre os quais um prioritário: a formação de atletas. Contar com a expertise de pessoas que construíram um projeto da relevância do IDV é uma grande satisfação para nós”, afirmou Pedro Oliveira, co-fundador da OutField e membro do Conselho de Administração do Alviverde.

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Ou seja, a meta não é se envolver na administração do clube, mas sim participar diretamente na projeção de jovens talentos, que possam ajudar na construção de resultados dentro de campo e, consequentemente, dar frutos financeiros, com uma parte sendo destinada ao Del Valle, que tinha pretensões de entrar no mercado brasileiro e viu essa oportunidade no time paranaense para ter uma vitrine maior.

Del Valle vem conquistando resultados dentro e fora de campo

Nos últimos anos, o Independiente Del Valle projetou jogadores como os zagueiros Willian Pacho, do PSG, e Piero Hincapié, que está no Arsenal, e o volante Moisés Caicedo, do Chelsea. Todos foram criados no novo CT do clube, reformado a partir de 2006, quando Michel Deller adquiriu o clube e foi fazendo melhorias.

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A estrutura sempre chamou a atenção da Treecorp. Tanto que em março, Bruno D’Ancona e William Thomas, head desportivo do Coxa, foram até o local para conhecer todo o trabalho e colocá-lo em prática no novo CT, que tem previsão de começar as obras a partir do ano que vem.

“A Treecorp enxerga o Coritiba como uma plataforma de criação de valor de longo prazo, que vai além dos resultados esportivos de curto prazo. A entrada do Grupo Independiente del Valle reforça essa visão ao adicionar conhecimento e disciplina ao projeto, ampliar a conexão do Coritiba com um ambiente mais global e fortalecer o desenvolvimento de atletas, que é um pilar central do clube”, disse Bruno D’Ancona, sócio da Treecorp.

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A ideia é que o Coritiba, que nos últimos anos se destacou revelando novos nomes, como o goleiro Pedro Morisco e o atacante Lucas Ronier, que fazem parte do elenco atual, mas também os atacantes Igor Paixão, do Olympique de Marseille, e Igor Jesus, do Nottingham Forest, aprimore essa captação de jovens talentos e os aproveite no time principal, até para se tornar protagonista na luta por títulos.

De 2006 pra cá, o Independiente Del Valle vem colecionando títulos. Foram dois Campeonatos Equatorianos (2021 e 2025), uma Copa do Equador (2022), uma Supercopa do Equador (2023), duas Copa Sul-Americanas (2019 e 2022) e uma Recopa Sul-Americana (2023), além de um vice da Libertadores (2016).

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Ricardo Brejinski

Editor de esportes

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.