A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) vai abrir inquérito para investigar diversas irregularidades pela empresa de turismo Costa & Mar, que levava um grupo de 58 membros de religião umbandista de União da Vitória, no sul do Paraná, para uma festa religiosa na praia de Itapoá, em Santa Catarina. O ônibus da empresa caiu de uma altura de 40 metros, numa ribanceira às margens da rodovia SC-418, na Serra Dona Francisca, em Santa Catarina, matando 51 pessoas e deixando outras sete feridas, quatro delas ainda estão internadas e correm risco de morte.

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Em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira (16), o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, disse que a empresa de turismo cometeu três graves irregularidades, a principal delas diz respeito à superlotação do veículo. O ônibus, que teria capacidade para transportar 30 passageiros, levava 59 pessoas, contando com o motorista.

Além disso, para conseguir a autorização do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) para realizar o serviço, a Costa & Mar fraudou o destino da viagem. De acordo com o DER, a empresa pediu uma autorização para uma viagem entre União da Vitória e Guaratuba, mas na verdade estava levando os passageiros para Itapoá, no Litoral de Santa Catarina. No registro da viagem junto ao DER, está uma lista com 31 nomes, todos mortos no acidente. A autorização era para um ônibus Volvo, de placas LZV 7929, com capacidade para transportar 33 passageiro. No entanto, a empresa usou outro veículo. A Costa & Mar tinha cadastrados no DER quatro ônibus, nenhum deles era o carro que se acidentou.

Como este veículo circulou em território de Santa Catarina, a empresa precisava de uma licença da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “A empresa não tinha autorização da ANTT para fazer viagem interestadual”, afirmou o secretário na coletiva.

Segundo Francischinni, a Polícia do Paraná quer apurar a responsabilidade da empresa para indenizar as famílias das vítimas futuramente. A Polícia Civil de Santa Catarina investiga as causas do acidente. Segundo os policiais, pela violência com que o ônibus despencou da ribanceira, é provável que o veículo estivesse acima do limite de velocidade. Há informações ainda de possíveis falhas mecânicas, já que alguns sobreviventes relataram que, momentos antes da queda, um passageiro veio da cabine do motorista alertando que o ônibus estava sem freio.

No domingo (14), enquanto a Prefeitura de União da Vitória se preparava para receber os corpos, o prefeito Ivo Ilkiv disse à imprensa que acreditava em “irregularidades graves” envolvendo o acidente. “Acredito que tenham algumas irregularidades no próprio transporte, inclusive pelo número de passageiros. Estamos falando de quase 60 pessoas. Isso está acima da lotação permitida”, disse.

Confira a matéria exibida pelo programa Balanço Geral Curitiba: