Ex-presidente do Coritiba, Glenn Stenger falou pela primeira vez desde que deixou o clube no processo da mudança de associação para SAF. Mandatário do Coxa na época em que a venda para a Treecorp foi concretizada, o ex-dirigente deu detalhes de como foram as negociações e revelou que, inicialmente, a empresa de Bruno D’Ancona não era vista como a ideal.

Glenn Stenger, ex-presidente do Coritiba
Glenn Stenger revelou que segunda proposta acabaria com identidade do clube. (Foto: Divulgação/Coritiba)

Quando iniciou o processo de transformação em Sociedade Anônima do Futebol, o Alviverde contratou a XP Investimentos para ajudar na negociação. A empresa, então, ofereceu o clube para 72 investidores do mundo todo que poderiam ter interesse em adquirir o Coritiba. Mas o retorno não foi dos melhores.

+ Confira todas as notícias do Coritiba no RIC.com.br!

“22 sequer responderam. 34 declinaram de imediato, 14 assinaram documento declarando que vão manter sigilo de informações. Dessas 14, duas apresentaram propostas formais, a Treecorp e uma empresa americana“, revelou Stenger, em entrevista ao podcast Podpovão.

Segunda opção acabaria com a identidade do Coritiba

Diante das duas opções, o ex-presidente deixou claro que não tinha como ter dúvidas sobre a escolha, mas mais por conta das imposições dos americanos do que a proposta da Treecorp em si.

+ Postagem do Coritiba irrita torcedores do Athletico por causa do nome do time

“Por que então a Treecorp? Quando o americano faz a proposta, qualquer um que estivesse à frente do clube e aceitasse, teria que estar escondido em uma tapera no Afeganistão. Ele queria poder mudar cidade, cores e nome. Se ele quisesse levar o Coritiba para São Paulo, poderia. E aí declinamos na hora”, revelou.

A proposta que constou como sólida, com valores representativos, que em primeiro momento eram bem menores do que queríamos. Esse foi o motivo que nos direcionou à Treecorp. É como qualquer negociação, você pede R$ 20 milhões, eles oferecem R$ 10 milhões e fecha em R$ 15 ou R$ 16 milhões”, acrescentou ele.

Austríaco ligado ao Red Bull Bragantino procurou o Clube e Grupo City no radar

Além das duas opções concretas, o ex-presidente revelou, sem citar nomes, que um investidor austríaco ligado ao Red Bull Bragantino chegou a entrar em contato, vindo de forma direta e não a convite da XP. Porém, além da proposta não ser vista como a ideal, nunca foi feita de forma concreta.

+ Jogador do Coritiba que foi agredido se pronuncia: “Forma covarde e sem justificativa”

Fora da XP houve um investidor austríaco, que fazia parte da primeira investida no Red Bull Bragantino, que nos procurou. Nunca colocou uma proposta firme, sempre falou em investimentos e sempre investimentos exclusivamente no futebol. Nunca falou em estádio, em CT e pagamento de dívida. Claro que se evoluísse em algum momento isso se tornaria realidade, mas ele acabou recuando”, disse Glenn Stenger, sem confirmar se, de fato, o investidor estava ainda envolvido com o Grupo Red Bull, que tem sede na Áustria.

A respeito de grupos que adquirem vários clubes no futebol, o ex-presidente sempre foi contrário a colocar o Coxa neste montante, o chamado multi-club-ownership. Porém, com uma exceção, que é o Grupo City. E a XP chegou a enviar o convite, mas o Alviverde chegou atrasado na briga.

Dos 72 investidores, alguns eram sonhos para nós, que era o Grupo City, mas estávamos atrasados, porque o Bahia já estava lá. Até queríamos a investida deles, mas o Bahia já estava passos a frente. Se eu fosse um satélite como o Bahia é, talvez eu me arrependesse (da declaração de que o Coritiba nunca seria um clube satélite). Se fossemos como o Bragantino, estaríamos mortos. Eles têm a sétima maior dívida do Brasil e não conseguiríamos sair desse buraco”, explicou.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui!

Ricardo Brejinski

Editor de esportes

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.