Curitiba - Referência e liderança nos tempos de jogador, o ex-zagueiro Jeci foi o entrevistado do Bate Pronto Paraná na última quinta-feira (10). Ídolo e com passagens marcantes pelo Coritiba, onde conquistou dois títulos da Série B (2007 e 2010) e participou da campanha do vice-campeonato da Copa do Brasil (2011), ele passa férias na capital paranaense.

Jeci atuou pelo Coritiba e, até hoje, nutre carinho pelo clube. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Atualmente com 45 anos, Jeci segue dentro do mundo do futebol. Com experiência em comandar equipes sub-20, ele teve a chance de treinar o Atlético Guaratinguetá-SP na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano. Morando em São Paulo, mas realizando visitas pontuais a Curitiba, Jeci não abandona a torcida e a paixão pelo Coxa.

Acompanhando o desempenho do time treinado pelo técnico Mozart, o ex-zagueiro tece elogios ao ex-companheiro de equipe e lembra a experiência pessoal que teve quando defendeu o Coritiba na Série B.

Tenho que exaltar o trabalho do Mozart. O time do Coritiba é aguerrido e extremamente competitivo. O time está fazendo aquilo que precisava fazer: conquistar pontos. Eu estou bem confiante em ver o Coritiba conquistar esse acesso. É sempre uma experiência muito difícil jogar uma Série B. Sempre há uma desconfiança por parte da torcida, da diretoria… é bem difícil”, afirmou.

“A pressão pra subir em 2007 foi grande. Mas, a de 2010… foi muito maior”, admite Jeci

Se tratando de Série B, Jeci participou das campanhas bem sucedidas do Coritiba em 2007 e 2010. Em ambas as temporadas, o Coxa foi bem e conquistou o título da competição. O ex-zagueiro contou bastidores das duas campanhas e admite: a pressão existente na de 2010, que representou o último título conquistado pelo clube nesta competição, foi maior do que a sofrida três anos antes.

Em 2007 tinha uma pressão muito grande porque, em 2006, o Coritiba jogou a Série B e não conseguiu subir. Porém, em 2010, a pressão foi ainda maior. O clube sofreu uma punição pesada de não jogar partidas no Couto Pereira (fruto do quebra-quebra no estádio após a queda para a segunda divisão, em 2009) e aí fomos pra Joinville. Então, pra começar bem o ano e ter um respiro, precisávamos de uma boa campanha no estadual. Quando a gente foi campeão, ainda mais num clássico Atletiba, tivemos uma confiança gigantesca, bem como um fortalecimento visando a Série B. Nos abraçamos, nos unimos e fomos felizes.

O rebaixamento em 2009, aliás, representa um dos momentos mais tristes que Jeci teve enquanto atleta do Alviverde. O time treinado por Ney Franco não conseguiu vencer o duelo direto com o Fluminense na última rodada e caiu para a Série B em pleno Couto Pereira. O ex-zagueiro, que esteve em campo naquela tarde de domingo, lembra do peso daquele dia.

Até hoje eu não consigo entender como fomos rebaixados naquele ano. Nosso psicológico estava muito forte e os resultados não nos ajudavam. Na partida contra o Fluminense fomos muito bem. Aliás, pessoalmente, foi uma das melhores partidas que eu fiz com a camisa do Coritiba. Aquilo foi uma tragédia, não gosto nem de lembrar do que aconteceu. Graças a Deus, em 2010, revertemos tudo”, ressaltou.

Jeci relembra bastidores de polêmica saída para o Palmeiras em 2008: “Eu não queria sair”

Jeci defendeu o Coritiba entre 2007 e 2012. Em 124 jogos, o ex-zagueiro marcou marcou onze gols pelo clube. Porém, um fato marcante foi uma saída repentina para o Palmeiras, em 2008. O defensor aceitou uma proposta para ir ao time paulista que, na época, era treinado pelo badalado Vanderlei Luxemburgo. Porém, ele admite que não tinha desejo em ir para o time paulista e explicou bastidores da complexa negociação.

Eu estava emprestado pelo Guaratinguetá ao Coritiba. Quando acabou a Série B, eu recebi uma oportunidade de renovar meu contrato com o Coxa… só que, naquele momento, o Guaratinguetá colocou uma cláusula no contrato: se houvesse a procura de um time do Brasil ou do exterior, eu teria de ser negociado. Então, fiz o Paranaense pelo Coritiba e, do nada, recebi uma proposta. Lembro até hoje: o empresário me ligou, dizendo que eu tinha que sair. E eu nem sabia que era pra ir pro Palmeiras. Eu não queria sair, queria cumprir o contrato com o Coxa. Só que, aí, o Palmeiras veio forte… pagou a multa, o Vanderlei Luxemburgo me ligou, queria que eu fosse pra lá. Nesse momento, eu tomei a decisão de falar com o Dorival Júnior (técnico do Coxa na época) e ele me incentivou a ir pra lá, alegando que era uma oportunidade irrecusável. Quando cheguei lá, estava um pouco infeliz mas, no fim, deu tudo certo. Em 2009, voltei pro Coritiba.

Em 27 jogos pelo Palmeiras, Jeci marcou dois gols e retornou ao Coritiba. Campeão paranaense em 2010 e 2011 (foi vice-campeão da Copa do Brasil naquela temporada), ele foi negociado em definitivo ao final do ano para defender o Kawasaki Frontale-JAP. De volta ao Brasil, atuou por Avaí e Grêmio Novorizontino, onde se aposentou dos gramados em 2017.

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