Curitiba - O ex-2º vice-presidente do Conselho Administrativo do Athletico, José Lúcio Glomb, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal RIC sobre sua escolha de renunciar ao cargo. De acordo com o gestor, a decisão foi tomada após ser ofendido e ameaçado por torcedores athleticanos.

Durante a entrevista ao repórter Matheus Afonso, Glomb afirmou que não havia prometido que o Athletico seria campeão brasileiro no centenário, como era pensado.
“Ao receber o convite do Presidente Petraglia para ser candidato a vice-presidente, lembro que eu disse a ele que aceitava, mas desejava lutar para ser campeão de algumas das competições do ano”, revelou. “Da forma como isto foi divulgado, soou como uma promessa, mas não foi isso”.
Além disso, Glomb afirmou que o principal problema do clube em 2024 foi a troca de treinadores. Sobre Cuca, o gestor afirma que, mesmo aceitando o técnico com “todas as suas dificuldades pessoais”, ele não agiu bem no Athletico.
“Estávamos jogando bem com o Cuca, mas com a maldição de perder pontos nos minutos finais do jogo”, afirmou. “Até que, em um momento específico, a torcida começou a vaiar o treinador, que pediu para sair. Nós aceitamos o Cuca com todas as suas dificuldades pessoais e era a oportunidade para ele voltar ao futebol. Ele agiu precipitadamente, sem calma, além de solicitar reforços caros, fora do nosso alcance”.
Por mais que diversos torcedores culpem o presidente do clube, Mario Celso Petraglia, pela situação do Athletico, Glomb acredita ele fez o possível considerando seus problemas de saúde.
“O nosso Presidente, com uma extensa e notável trajetória em prol do Athletico, enfrentou um grave problema de saúde. No entanto, ao longo de todo o período, mesmo com seu próprio prejuízo, ele assumiu a gestão e as contratações”, defendeu. “No entanto, depositava confiança no pessoal do futebol, que falhou. Os outros diretores poderiam ter assumido um papel mais significativo, mas isso não foi possível”.
Além disso, Glomb tratou sobre a atitude dos torcedores athleticanos. Inclusive, o gestor afirmou que, por mais que a atitude de Petraglia de fazer gestos obscenos para a torcida tenha sido errada, ele entende a reação.
“Posso até entender a indignação do presidente, que dedicou sua vida ao Clube, é o responsável por todo o crescimento do Athletico , colocando-o entre os grandes Clubes da América do Sul e que ainda assim é xingado, mas a sua reação não poderia ser a que adotou”, disse.
Ainda sobre a torcida, Glomb afirmou que trabalhar na diretoria do Athletico é um “trabalho ingrato”, principalmente por conta da atitude dos torcedores.
“Me integrei à Diretoria no objetivo de colaborar, de ajudar o CAP e o fiz na medida que isto me foi possível. Vejo como um trabalho muito difícil, que é um trabalho benemérito, gratuito, que só é reconhecido quando o time ganha. Quando perde, é só críticas”, concluiu.
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