Curitiba - Ídolo, líder e referência. Esses são alguns dos adjetivos capazes de definir a carreira e a vida de José Hidalgo Neto ou, como carinhosamente é conhecido, Capitão Hidalgo. Ex-jogador com passagem brilhante pelo Coritiba na década de 1970, o também comentarista e cronista esportivo vê a história de sua trajetória ser transformada em livro.

Aos 81 anos, o “Capita” acompanha, na terça-feira (15), o lançamento da obra Capitão Hidalgo – A História da Vitória. O livro, escrito pelo jornalista Marco Antônio Assef, conta, através das 304 páginas, detalhes, causos e momentos marcantes da vida pessoal e profissional daquele que é considerado um dos grandes jogadores da história do futebol paranaense.
Somados a experiência de 16 anos que teve em campo defendendo as camisas de Juventus-SP, XV de Piracicaba-SP, Atlético-MG, Athletico e Coritiba, com os 50 anos envolvido na crônica esportiva, Capitão Hidalgo possui, portanto, 66 temporadas vivenciando de perto o futebol em seus mais diversos ângulos.
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Na última quarta-feira (9), os profissionais participaram do Bate Pronto Paraná na rádio Jovem Pan News Curitiba e contaram detalhes do livro. Clique AQUI e confira a entrevista completa.
Três anos de produção e “mix de histórias”: livro conta causos da vida pessoal e profissional de Capitão Hidalgo
São muitas as histórias que estão reveladas na obra. No total, o material levou três anos para ficar pronto em um processo que contou com lembranças, pesquisa, revisão, digitalização e, por fim, a comercialização. Autor do livro, o jornalista Marco Assef contou que o público lerá sobre os mais diversos assuntos que rodearam a vida do Capitão Hidalgo.
“Vamos fazer um mix de informações e causos. Teremos dados históricos, histórias de bastidores nos clubes onde ele atuou e, claro, lembraremos do rádio e das inúmeras viagens que ele realizou ao redor do planeta. E digo mais: existe um rádio no Paraná antes do Hidalgo e outro depois do Hidalgo”, afirma o autor.

As viagens citadas por Marco Assef são um caso à parte na vida do Capitão Hidalgo. Apontado por muitos como um revolucionário na maneira da imprensa paranaense realizar coberturas, ele lembra no livro sobre muitas das histórias em que vivenciou em outros países.
“Na época não era fácil você viajar. Era difícil, não tinha dinheiro pra fazer esse investimento. Você precisava ser um gestor disso. Eu tenho 94 viagens internacionais, fiz grandes coberturas. Isso é um baita orgulho. Vi grandes momentos, como a despedida do Pelé enquanto atleta de futebol em Nova Jersey, nos Estados Unidos, em 1977”.
Sem saber falar inglês, Hidalgo conta no livro causos divertidos de suas passagens pelo planeta. A habilidade de se comunicar com os inúmeros povos locais que encontrou pelo caminho rendeu, do amigo, ex-narrador e atualmente colunista Luiz Augusto Xavier, um carinho apelido: se não sabe falar inglês, Hidalgo se utiliza do “hidalguês”.
Capitão Hidalgo cita idolatria no Coritiba e admite desgosto com rumo do futebol paranaense
Paulista da Mooca, Capitão Hidalgo lembrou, durante entrevista ao Bate Pronto Paraná, de sua chegada em Curitiba em 1970. A passagem pelo Athletico, possível após empréstimo do XV de Piracicaba, porém, não chegou aos pés do que ele construiu enquanto atleta do Coritiba. O Coxa, aliás, tem espaço especial no coração e nas páginas de seu livro.
Pentacampeão estadual entre 1971 e 1975, Hidalgo guarda com carinho uma taça em especial: a do Torneio do Povo de 1973. A conquista é lembrada e classificada por ele como “a maior de todas”.
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“Aquele elenco ficou invicto por 23 partidas, foi um grande time. Chegamos a eliminar o Flamengo, o Internacional naquele timaço do Figueroa, o Atlético-MG do Reinaldo… é um time que não poderia ficar esquecido, era um torneio oficial, organizado pela CBD (antiga CBF). O Evangelino (presidente do Coritiba na época) foi campeão montando um time sem dinheiro”, recorda, com orgulho, Capitão Hidalgo.
As glórias do passado, porém, não acompanham o momento atual. Capitão Hidalgo, sem esquecer de seu lado enquanto comentarista, admite que ver Coritiba, Athletico e Paraná fora da elite do Brasileirão lhe causa “desgosto”. Ele, inclusive, lembra uma passagem que teve em Maceió-AL com um político local sobre o sucesso, à época, do futebol paranaense.
“Eu fiquei meio desgostoso com o futebol paranaense nesses últimos tempos. Eu lembro que uma vez eu fui pra Maceió e um importante político de lá me questionou sobre como nós colocamos três times na elite do Brasileirão (na época, Athletico, Coritiba e Paraná Clube). Ele se lamentava porque, em Alagoas, não conseguiam colocar. E hoje, se eu tivesse a chance de reencontrá-lo, questionaria: e como rebaixa três? É uma tristeza o que está acontecendo!”
Quem é Capitão Hidalgo?
Nascido na Mooca-SP, José Hidalgo Neto foi considerado um dos grandes jogadores da história do futebol paranaense. Após passagens pelo Juventus e o XV de Piracicaba, clubes tradicionais do futebol paulista, desembarcou em Curitiba no início da década de 70 para jogar no Athletico. No Furacão, porém, a passagem foi breve e apenas um rascunho para a história que seria escrita no arquirrival, o Coritiba.
No Coxa, Hidalgo marcou uma geração de torcedores ao participar da conquista do pentacampeonato estadual entre os anos de 1971 e 1975. O período, como lembra o jornalista Marco Assef, contabilizou 229 partidas e onze gols anotados pelo atleta. Além disso, teve a honra de treinar o Coritiba por 18 partidas e se tornar ídolo dentro de uma galeria que conta com nomes como Dirceu Krüger, Jairo, Alex, Pachequinho, entre outros.

Aposentado dos gramados, migrou para a área da imprensa, movimento que, ao longo dos anos, se tornou comum para muitos ex-jogadores. Em Curitiba, trabalhou em inúmeras rádios, tais como a Clube Paranaense, Cidade e a Banda B, montou e coordenou equipes esportivas e revelou, por fim, talentos da comunicação paranaense. Profissionais como Linhares Júnior, Marcelo Ortiz e Tetê Motta, por exemplo, passaram pelo crivo de Capitão Hidalgo.
Após coberturas e viagens históricas, que contabilizaram idas para inúmeros países ao redor do planeta e coberturas de Copas do Mundo, Capitão Hidalgo, atualmente, se dedica a realizar comentários sobre jogos e eventos esportivos no formato digital. Todavia, segue recebendo convites para participar de programas e conceder entrevistas.
Como acompanhar o lançamento do livro de Capitão Hidalgo?
O lançamento do livro Capitão Hidalgo – A História da Vitória ocorre na próxima terça-feira (15) na Câmara Municipal de Curitiba. O ex-jogador e o autor do livro, Marco Antônio Assef, estarão no local entregando os exemplares para o público. Confira abaixo todas as informações sobre o evento.
- Dia: terça-feira (15/04/2025)
- Horário: das 17h às 21h
- Local: Auditório do Anexo 02 da Câmara Municipal de Curitiba
- Endereço: Rua Visconde Guarapuava, 2601/2699 esquina com Rua Loureço Pinto
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