Ponta Grossa - O atacante boliviano Miguelito, 21 anos, foi preso em Ponta Grossa após o jogo entre América-MG e Operário, no último domingo (4), pela Série B, sob a acusação de injuría racial. O jogo ficou paralisado 15 minutos depois do jogador Allano acusar o adversário de racismo. O volante Jacy foi testemunha.

Segundo a Polícia Civil do Paraná, após o fim do jogo, o autor, a vítima e a testemunha foram conduzidos até a sede da 13ª Subdivisão Policial. Depois de colher os depoimentos, foi dada voz de prisão em flagrante para Miguelito.
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De acordo com as investigações, o jogador boliviano teria dito “preto do c##” para Allano em campo, mas a polícia agora busca imagens que possam ter registrado a fala racista.
“Tanto a vítima quanto a testemunha afirmam que logo após Miguelito perceber a ofensa racial, ele tentou desconversar. Em que pese as imagens da transmissão não captarem o momento em que ele vira e fala, pois estava de costas, Vai ser averiguado se algum torcedor tem outra imagem não oficial, mas, diante do relato da vítima e análise do contexto da imagem, que dá pra ver que o Miguelito passa pelo Allano e profere algum tipo de ofensa, foi dado voz de prisão em flagrante ao jogador“, explicou o delegado Gabriel Munhoz, da PCPR.

A pena máxima prevista na lei 7.716/89 é de cinco anos de prisão. Agora, o atleta permanecerá custodiado até a realização da audiência. O inquérito policial deve ser concluído nos próximos dias, com a pena máxima para o crime de até cinco anos.
Em campo, o Fantasma venceu o jogo pela Série B por 1×0, com gol de Boschilia, aos cinco minutos do primeiro tempo.
O que diz a súmula do jogo?
Na súmula da partida, o árbitro Alisson Sidnei Furtado relatou o ocorrido, embota tenha afirmado que ninguém da arbitragem tenha ouvido alguma coisa sobre as suposta ofensas.
“Relato que aos 30 min do primeiro tempo, o atleta numero 29 da equipe mandante, sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio até minha direção, alegando ter sido chamado de “preto cagão” pelo atleta Miguel Angel Terceros Acuña, numero 7 da equipe visitante. Informo que nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente”, diz a súmula.
“Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista, e o anuncio feito no estádio explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida”, relatou o árbitro.
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