Curitiba - O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) decidiu confirmar o resultado do jogo Paraná Clube 0x0 Cascavel, realizado no último dia 29 de janeiro, pela sexta rodada do Campeonato Paranaense. A decisão foi tomada pelo pleno do tribunal em julgamento realizado na noite desta quinta-feira (6). O pedido do Cascavel foi negado pelos auditores, que optaram por manter o resultado do campo.

Alteração durante o jogo Paraná Clube x Cascavel.
As seis alterações do Paraná Clube rodaram o Brasil. Foto: Reprodução/RICtv

O caso foi ao TJD-PR porque o Paraná Clube realizou seis substituições em vez das cinco regulamentares. Segundo o técnico Tcheco, o Tricolor só fez as trocas “no calor do jogo” porque a equipe de arbitragem entregou seis papeletas de alteração. No dia seguinte à partida, a Federação Paranaense de Futebol afastou todos os responsáveis pelo jogo – o árbitro André Ricardo Martins, os assistentes Leandro Polli Glugoski e Lucas Henrique Gowatiski, o quarto árbitro Matheus Scavinski, o delegado Vinicius Santos Gregório e o inspetor Luiz Alberto Alves de Abreu.

Buscando apoio em um caso passado no próprio Paranaense, o Cascavel entrou com um pedido de impugnação do jogo com os pontos sendo revertidos para si. A jurisprudência nacional apontava para uma possibilidade de realização de nova partida, mas a Serpente não pediu isso ao tribunal. O texto era claro: “a reversão do resultado da partida realizada em 29/01/2025 entre Paraná Clube e FC Cascavel, atribuindo a vitória ao FC Cascavel, somando a totalidade de 3 pontos na tabela do Campeonato Paranaense”, dizia a denúncia.

O julgamento

A sessão do Tribunal de Justiça Desportiva começou às 18h10 desta quinta-feira. Denunciante, o Cascavel alegou que o Paraná Clube “se beneficiou” da situação, mesmo que o placar não tenha sido alterado. “O clube está no seu direito de pleitear esta impugnação e a consequente soma dos três pontos”, disse o advogado Nixon Fiori. O defensor paranista, o diretor Alessandro Kishino, reiterou que o pedido da Serpente não faz sentido. “Foi pedida a inversão do resultado. O jogo terminou 0x0. Se inverter, continua 0x0. E quando se fala em impugnação de jogo, não existe perda de pontos”, afirmou.

Admitindo que o Paraná Clube cometeu o erro de realizar as seis substituições, Kishino disse que o Tricolor aceitaria a realização de novo jogo, caso fosse a decisão do TJD. “Em caso de reconhecimento do erro, que se anule a partida e que a Federação marque o jogo antes da última rodada”, comentou o advogado. Antes das posições dos auditores, a FPF também se manifestou da mesma forma.

A votação sobre Paraná Clube x Cascavel

O procurador-geral do TJD Rafael Galle iniciou seu parecer dizendo que o pedido de impugnação “nem deveria ter chegado ao tribunal”. “Não se trata da natureza do fato, houve o erro. Mas o Cascavel pediu a modificação de resultado. Pra que essa sexta modificação fosse cabível do pedido, este jogador teria que estar irregular”, comentou. Ele também se manifestou contrário à realização de novo jogo, “porque beneficiaria o infrator”. “Anular o jogo seria beneficiar a torpeza do Paraná Clube”, atirou.

Os auditores se seguiram. O relator Sérgio Eduardo da Silva afirmou que a principal falha foi do quarto árbitro e negou o pedido do Cascavel. Irineu Toninello chamou o erro do Paraná Clube de “grotesco” e pediu a anulação do jogo. Samuel Torquato disse que a Serpente “só pediu o que lhe interessava” e também negou. Miguel Angelo Rasbold criticou o Tricolor e votou pela vitória do Cascavel. Marcelo Lopes Salomão também rechaçou a tese do time do Oeste. Pedro Henrique Feitosa foi outro auditor a pedir a anulação da partida. E o presidente Mauro Ribeiro Borges disse que não havia provas para mudar o resultado, confirmando o 0x0 do campo. Agora, a Procuradoria deve denunciar personagens do caso para punições individuais.

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