A pandemia do coronavírus mudou drasticamente a rotina dos profissionais ligados ao futebol. Defensor do isolamento social, o técnico Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, relatou ter lavado a louça e feito refeições com sua família, coisas que não estava acostumado.
“É um momento diferente e a família toda está aprendendo a se relacionar. Há quantos anos não conseguia estar em casa com os familiares? Faz repensar a nossa vida, o quanto é gostoso sentar à mesa para comer com todos. Lavei louça, fiz meu café e, nos clubes, temos tudo à disposição. É um reaprendizado de como devemos viver”, contou.
O experiente treinador de 67 anos de idade se mostrou preocupado com a pandemia de coronavírus e, além de pregar o isolamento social, colocou a eventual retomada do futebol em segundo plano. Na visão de Luxemburgo, os esforços devem ser concentrados em buscar maneiras de enfrentar a covid-19.
“Estou muito incomodado e triste de ver o quanto somos vulneráveis. O mundo fica preocupado com outras coisas, como guerra nuclear, atacar outros países. E temos um vírus deixando todos presos em casa, sem saber o que fazer. Pode chegar um ainda mais letal e levar muitos embora. Que o mundo se prepare melhor, sem vaidades”, pediu.
Questionado sobre a própria situação, já que tem idade considerada de risco, o técnico do Palmeiras, em tom de alerta, sublinhou que o vírus pode atingir qualquer pessoa. E contou ter amigos que já sofreram mortes na família por conta da pandemia de covid-19.
“Esquece o técnico de futebol, digo como cidadão. Não adianta falar de futebol como exemplo se as pessoas estão morrendo. É um momento diferente e estou vivendo com o coração muito apertado. É um negócio complicado ver as pessoas indo embora sem poder nem fazer um velório”, lamentou.