Londrina - Igor Gutierrez Freitas, filho do ex-boxeador Acelino ´Popó´ Freitas, e o sócio Rodrigo Rossi, são investigados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por um possível envolvimento no esquema de manipulação de resultados no jogo do Londrina contra o Maringá, pela Série C do Campeonato Brasileiro.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na última sexta-feira (12), uma operação para apurar o caso de três atletas do Tubarão que foram procurados por empresários, que ofereceram R$ 15 mil para que eles recebessem um cartão amarelo antes dos 27 minutos do primeiro tempo.
Os responsáveis seriam os empresários Igor Gutierrez Freitas e Rodrigo Rossi Calamo. De acordo com o depoimento dos jogadores e alguns prints de mensagens em redes sociais, os dois abordaram os atletas e fizeram as propostas. O Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão nas casas de Freitas e Rossi, em Salvador e também em Itapema.
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Ambos podem ser denunciados nos artigos 198, 199 e 200 da Lei Geral do Esporte, que falam solicitação ou aceitação de qualquer tipo de vantagem para influenciar o resultado, em vantagem, patrimonial ou não, com o fim de alterar resultado esportivo, e manipulação e fraude em competições esportivas. Em cada artigo a pena é de dois a seis anos de reclusão, além de multa.
Depoimentos detalham abordagem
Em depoimento à polícia, e com prints para comprovar, um dos jogadores contou que, poucas horas antes do duelo do Londrina com o Maringá, pela Série C do Campeonato Brasileiro, foi procurado por Igor Gutierrez Freitas em seu perfil no Instagram para oferecer uma proposta de patrocínio e parceria. Na conversa, Igor pediu o número de celular do atleta, para repassar para seu sócio, Rodrigo Rossi.

Via Whatsapp, Rossi procurou o jogador do Londrina e fez uma oferta de gerenciamento de marketing de carreira, negada por ele. Na sequência, o empresário mandou um áudio de visualização única, prometendo os R$ 15 mil para receber o cartão. O atleta recusou a oferta e não houve mais conversa entre as partes.

Outros dois jogadores do Tubarão foram procurados por Igor via Instagram. Um sequer respondeu, uma vez que foi alertado inicialmente pelo companheiro de time, enquanto o outro só acessou as redes sociais após a partida e também recusou a oferta.
O que diz a defesa do filho de Popó
Procurada pela reportagem, a defesa de Igor Freitas alegou que ele é inocente e que a investigação ocorreu para fins de apuração. Além disso, ressalta que o delegado responsável pelo caso induziu o Poder Judiciário ao erro. Confira a nota abaixo:
“Sobre a operação realizada pelo GAECO na residência do filho do ex-boxeador Acelino “Popó” Freitas, este escritório esclarece que o jovem é inocente. A investigação ocorre unicamente para fins de apuração, não sendo possível atribuir qualquer culpa ou responsabilidade a ele neste momento.
O rapaz está sendo defendido por este escritório, Igor José Ogar Advogados, e todas as medidas jurídicas necessárias estão sendo adotadas.
Reiteramos que tudo será devidamente esclarecido e, no momento oportuno, ele se manifestará pessoalmente à imprensa.
Gutierres Freitas afirma ser inocente e reforça que jamais praticou qualquer ato ilícito. Destaca, ainda, que o delegado responsável pela representação induziu o Poder Judiciário a erro ao requerer a busca domiciliar.
Informa também que adotará as medidas cabíveis, representando o referido delegado nos órgãos correcionais competentes.
Por fim, assegura que, no curso da investigação ou em eventual processo judicial, provará sua inocência de forma plena.“
Londrina se pronuncia
Na última sexta-feira (12), Lucas Magalhães, executivo de futebol do Londrina, concedeu uma entrevista coletiva detalhando o passo a passo, começando pelos jogadores procurando a diretoria para revelar o caso e depois todo o cuidado para passar a denúncia adiante.
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“Três jogadores vêm até mim e me reportam que foram aliciados. Obviamente isso assusta na hora. Eu de pronto chamei Paulo (Assis), que era o CEO à época, e a gente acionou a Federação Paranaense na mesma hora. Eles nos passaram um departamento da CBF para oferecer a denúncia. A gente formalizou isso na segunda-feira, logo após o jogo do Maringá”, disse o dirigente.
“Pedimos aos três atletas para não alardearem o assunto. A única pessoa com quem eu conversei além do nosso advogado da Federação com Paulo, foi com o Walace, que era o capitão do jogo. Eu falei: “Walace, aconteceu isso, esses três atletas foram abordados, vamos ficar de olho aqui e tal”. Nenhum dos três atletas aliciados tomaram cartão na partida“, completou.
O confronto teve dez cartões amarelos no total, sendo quatro para o Tubarão e seis para o Maringá. Pelo lado londrinense, três advertências ocorreram antes dos 27 minutos do primeiro tempo, mas nenhum para os envolvidos na denúncia.
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