Curitiba - Ao final do primeiro turno da Série B de 2025, o torcedor do Coritiba olha para a tabela e respira aliviado. Com 35 pontos e a vice-liderança, o time está firmemente estabelecido no G4. Mas essa campanha de sucesso não é fruto de um futebol de encher os olhos. Pelo contrário: ela é resultado de um pragmatismo calculado, uma identidade que prioriza o resultado acima do espetáculo, baseada em três pilares claros.

A análise aprofundada dos números da equipe revela os segredos do time treinado por Mozart: uma defesa que se tornou uma fortaleza quase intransponível, um ataque de poucos gols, mas eficiente o bastante para somar pontos, e um sistema que gira em torno da figura onipresente de um jogador: o meia Josué Pesqueira.
Uma defesa para a história
O principal pilar que sustenta a campanha coxa-branca é a sua defesa. Com apenas 13 gols sofridos em 19 jogos (média de 0,68 por partida), o time tem a defesa menos vazada da Série B. O desempenho é tão impressionante que caminha para ser um recorde, com a menor média de gols sofridos na história da competição na era dos pontos corridos, superando a Chapecoense de 2020.
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Essa solidez é a assinatura do técnico Mozart, que já havia comandado a melhor defesa da Série B de 2024 com o Mirassol. No entanto, a “muralha” alviverde tem nome e sobrenome: Pedro Morisco e Maicon. Desde que o zagueiro de 36 anos se firmou ao lado do goleiro, a partir da 8ª rodada, o sistema defensivo mudou de patamar.
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Em uma sequência de oito jogos de invencibilidade, a dupla sofreu apenas um gol. Isso revela também uma dependência: uma lesão ou suspensão de um dos dois pilares defensivos pode se tornar uma grande dor de cabeça para o segundo turno.
O ataque pragmático que preocupa no Coritiba
Se a defesa impressiona, o ataque é modesto. O Coritiba marcou apenas 20 gols em 19 partidas, uma média de 1,05 por jogo que o coloca apenas no meio da tabela neste quesito. Nomes como Gustavo Coutinho (três gols em 29 chutes) e Lucas Ronier (um gol em 26 chutes) apresentam baixas taxas de conversão, indicando uma clara ineficiência do setor.
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O time demonstra flexibilidade, às vezes controlando a posse de bola e, em outras, apostando nos contra-ataques, mas a dificuldade em balançar as redes é uma constante. O problema fica ainda mais evidente quando se observa que o artilheiro do time na competição não é um atacante.
Josué Pesqueira: o motor do Coritiba
O jogador que conecta a defesa sólida e o ataque limitado é o meia Josué Pesqueira. Os números mostram que ele é o verdadeiro motor do time. Com cinco gols e três assistências, ele é o artilheiro e líder de participações em gols da equipe. Além disso, sua importância tática é gigantesca.
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Josué é o jogador que mais sofreu faltas no time (47), uma arma crucial para controlar o ritmo dos jogos e segurar vantagens mínimas. Defensivamente, ele também lidera, sendo o primeiro em interceptações (126), mais que o dobro do segundo colocado no ranking. Ele marca, cria e ainda funciona como a válvula de escape para um time que aprendeu a vencer por placares magros.
A fórmula do Coritiba provou ser eficaz no primeiro turno. Com dez dos 19 jogos restantes em casa, o caminho para o acesso parece bem traçado. O desafio, no entanto, será lidar com a própria previsibilidade e a dependência de seus jogadores-chave.
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