Curitiba - O Coritiba ostenta, atualmente, a melhor defesa da Série B 2025. No entanto, a equipe não contou com seu goleiro titular nas primeiras rodadas da competição. Desde que retornou à meta alviverde, Pedro Morisco se consolidou como um dos grandes destaques do campeonato, sendo peça-chave na campanha defensiva que mantém o Coxa como a equipe menos vazada da competição.

Em entrevista coletiva no CT da Graciosa, nesta quinta-feira (19), Morisco relembrou os dias de angústia que viveu após sofrer uma fratura na mão, durante o empate em 1 a 1 contra o Maringá, na partida de volta das quartas de final do Paranaense, no dia 9 de março. O episódio foi marcado pelo medo e pela incerteza sobre o tempo de recuperação.
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“Naquele momento em que tive a lesão e saí chorando, passaram na minha cabeça os piores cenários possíveis. Pensei que ia ficar seis, cinco meses fora. Cheguei em casa muito triste. Minha família foi fundamental nisso, minha mulher”, contou.
O goleiro admitiu que ficou bastante abalado nos primeiros dias, com dificuldades para assimilar tudo o que estava acontecendo.
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“Quando eu cheguei em casa, ficava triste, não conversava com ninguém, pensava nos piores cenários possíveis. E eles sempre me ajudavam a pensar positivo”, relembrou.
Os treinos do goleiro do Coritiba durante a recuperação
Para Morisco, manter-se próximo da rotina do clube foi determinante para superar o momento. Desde as primeiras semanas, permaneceu integrado às atividades no CT, mesmo sem poder ir a campo.
“Quando eu chegava aqui no treino, todo mundo me incluía nos trabalhos. Desde a segunda semana que voltei a trabalhar, em nenhum momento fiquei parado, fora do campo. O Mozart me colocava nos trabalhos para ficar com o grupo, me sentir incluído, e não me deixou ter esse momento de tristeza“, destacou.
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O goleiro fez questão de ressaltar o papel do preparador de goleiros Thiago Mehl e dos fisioterapeutas no processo de recuperação.
“Continuei trabalhando, muito feliz. Os goleiros sempre me ajudaram, não me deixaram baixar a guarda. O Thiago Mehl, principalmente, e os fisioterapeutas. Eu enchia o saco deles, porque queria voltar o quanto antes. Quando falaram três meses, eu me assustei”, relatou.
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A evolução, segundo ele, foi possível graças a um trabalho bem conduzido, feito com calma, responsabilidade e muito profissionalismo.
“A oportunidade da minha vida está aqui. Eu ficava conversando com eles todos os dias, e agradeço muito, porque o trabalho foi muito bem feito, com calma e progredindo muito rapidamente”, afirmou.
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O retorno ao contato com bola aconteceu ainda na terceira semana de recuperação, algo que, segundo Morisco, foi determinante para não perder a confiança.
“A confiança foi graças ao trabalho deles. Em nenhum momento perdi o contato com o futebol, dentro de campo. Às vezes, a gente se machuca, só fica fora, assistindo, fica mal, ansioso, e eles não me deixaram acontecer isso”, completou.
A reestreia pelo Coritiba após dois meses parado
Dois meses depois da lesão, Morisco voltou aos gramados na partida contra o América-MG, pela Série B. A confirmação de que seria titular reacendeu a ansiedade.
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“Uma semana antes, que eu tive essa notícia que iria voltar para o jogo, fiquei ansioso. Não tem como não ficar depois de ficar dois meses sem atuar, e em um jogo tão difícil quanto foi o do América-MG, era um jogo decisivo pra gente”, contou.
Na véspera e nas horas que antecederam o jogo, buscou na família o suporte emocional: “Eu ligava pra minha família, feliz que eu iria voltar a jogar, que eles estariam no estádio para prestigiar. Eles me deram todas as energias positivas possíveis. Minha mulher também foi fundamental, sempre me ajudou. Ficava conversando com ela, me deixava mais calmo, mais tranquilo”, revelou.
A orientação da comissão técnica foi clara em fazer o simples: “Foi um jogo que teve, acho, 11 finalizações no gol, e eu estava lá, preparado. A ansiedade passou com 10 minutos de jogo. No começo você fica meio nervoso, para sair numa bola ou outra, mas depois, relembrei os momentos antigos e, graças a Deus, foi uma boa partida”, disse.
O momento do Coxa na Série B
O retorno de Morisco coincidiu com o melhor momento defensivo do Coritiba na temporada. Desde a reestreia, são cinco jogos na Série B, com apenas um gol sofrido, média de 0,2 por partida, além de três vitórias e dois empates, mantendo-se invicto.
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No acumulado da temporada, o goleiro soma 16 partidas, com oito gols sofridos, além de oito vitórias, seis empates e somente duas derrotas.
O desempenho defensivo reflete diretamente na tabela. Com seis gols sofridos em 12 rodadas, o Coritiba lidera o ranking de melhor defesa da Série B. O Novorizontino, vice-líder na classificação geral, aparece logo atrás nesse quesito, com sete gols sofridos. O Goiás, líder do campeonato, tem a terceira defesa menos vazada, com oito gols, seguido pelo CRB, que completa o G4 das melhores defesas, com nove gols sofridos.
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