Na última terça, o camaronês Pierre Webó, membro da comissão técnica do Istanbul Basaksehir, foi vítima de mais um caso de racismo no futebol. Na partida contra o PSG pela Liga dos Campeões, o romeno Sebastian Coltescu, 4º árbitro do jogo, se referiu a ele como “aquele negro” e o expulsou por ter reclamado de uma falta contra o time turco.

Após o ocorrido, Webó relatou que vivenciou os dias mais complicados de sua carreira. O ex-jogador comentou que a situação é “muito estressante” e que precisou consultar um médico para conseguir dormir.

“Foi um dia muito, muito difícil e estressante. Fui ao médico para me dar alguns comprimidos para dormir. Esses dois ou três dias foram os mais difíceis da minha carreira”, declarou o camaronês em entrevista à BBC.

Webó acrescentou que tem vergonha da situação e não quer que as pessoas lembrem dele por conta da discriminação sofrida. “Não perdi o controle, mas fiquei muito zangado e triste. Não quero que as pessoas se concentrem em mim por causa do que aconteceu, seria uma pena se eu fosse lembrado por isso. Tenho vergonha, para falar a verdade”.

Por outro lado, o ex-atacante acredita que a atitude dos atletas do PSG e do Istanbul, de se recusarem a jogar na presença do 4º árbitro, pode provocar mudanças na Uefa e que o dia 8 de dezembro ficará marcado na história do combate ao racismo.

“O principal é a solidariedade dos jogadores. Você pode imaginar dois, três ou quatro jogos assim? Paralisados por causa desse tipo de coisa? Acho que eles (Uefa) vão se mexer”, afirmou.

“Na minha opinião, há um antes e um depois do dia 8 de dezembro. A data será lembrada. A Fifa deve se orgulhar de seus membros. Acho que o mais importante foi a mensagem que enviamos para o mundo”, finalizou Webó.