Curitiba - Na noite da última segunda-feira (13), o comentarista esportivo Fernando Gomes foi liberado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para cumprir prisão domiciliar. O cronista, investigado e respondendo processo por participar de uma organização criminosa que, segundo o MP-PR, desviou cerca de R$ 10 milhões da verba de saúde dos cofres públicos de Fazenda Rio Grande, terá que cumprir algumas restrições, além de utilizar tornozeleira eletrônica.

Fernando Gomes ao lado de Marco Marcondes
Fernando Gomes ao lado de prefeito Marco Marcondes, de Fazenda Rio Grande (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Mas por qual motivo Abrilino Fernandes Gomes teve autorização para responder em liberdade condicional? O principal fator que levou o desembargador Kennedy Josué Greca de Mattos a liberar o investigado é sua questão de saúde, segundo o jornalista Karlos Kohlbach.

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Aos 77 anos, ele necessita de cuidados médicos periódicos, tratando um quadro de hipertensão. Além disso, Fernando tem perda auditiva do tipo sensorioneural de grau severo bilateral, utilizando um aparelho auditivo, e também hiperplasia prostática benigna.

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Por conta desse quadro, o Complexo Médico Penal (CMP) admitiu não ter condições de tratar do comentarista da melhor maneira e informou que o ideal seria ele ter cuidados fora do sistema penitenciário, no caso a prisão domiciliar. Sugestão acatada pelo TJ-PR.

Entenda o caso

Uma investigação que durou cerca de seis meses resultou nesta quinta-feira (9) na prisão de cinco pessoas e no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, em um esquema de desvio de recursos públicos que pode ultrapassar R$ 30 milhões, envolvendo prefeituras do Paraná e Santa Catarina.

Os presos são:

  • Marco Antonio Marcondes Silva – prefeito municipal;
  • Francisco Roberto Barbosa – secretário da Fazenda, ex-secretário de Saúde;
  • Samuel Antonio da Silva Nunes – sócio da empresa investigada AGP Saúde;
  • Alberto Martins de Faria – auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR);
  • Abrilino Fernandes Gomes (também conhecido como Fernando Gomes) – ex-chefe de gabinete.

Segundo apuração, a AGP Saúde, apontada como empresa de fachada, era contratada para coleta de exames domiciliares, mas cobrava valores acima do mercado e realizava exames sem solicitação médica, contrariando o SUS.

Fernando Gomes atuava como intermediador das relações entre prefeituras e a empresa, sendo uma espécie de lobista.

Confira a nota de defesa de Fernando Gomes:

Na noite de hoje, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná substituiu a prisão preventiva de Fernando Gomes por medidas cautelares diversas e menos gravosas, permitindo que ele responda ao processo em sua casa, sob condições estabelecidas pela Justiça.

Fernando Gomes nega veementemente as acusações que lhe são imputadas, e sua soltura representa o primeiro passo para a plena demonstração de sua inocência. Profissional amplamente reconhecido por sua trajetória no jornalismo e na crônica esportiva, Fernando sempre pautou sua vida pela ética, pelo respeito e pela dedicação à comunicação. Sua história é marcada por décadas de trabalho sério, pela contribuição ao debate esportivo nacional e pelo carinho conquistado de
colegas, leitores e ouvintes em todo o país.

A defesa acompanha atentamente o caso e confia que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, dentro da legalidade e do mais absoluto respeito à Justiça.

Neste momento, a defesa reitera a necessidade de serenidade e respeito à pessoa de Fernando Gomes e à sua família, evitando julgamentos precipitados e preservando o direito de defesa e a dignidade humana.

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