O Santos vive um momento financeiro complicado. Neste sábado, o presidente Andres Rueda revelou que a dívida do clube é de aproximadamente meio bilhão de reais. E segundo o mandatário, boa parte deste montante é devido a erros de gestões anteriores.
“A dívida beira os R$ 500 milhões. O problema do Santos é que ele tem uma dívida a curto prazo muito alta. Só de acordos feitos, o clube paga quase R$ 5 milhões por mês de acordos de treinadores, de jogadores, são dividas antiguíssimas. O pessoal fazia um acordo e não era honrado. E cada vez que você faz um novo acordo o valor aumenta. A gente teve que praticamente renegociar todos os acordos. Esses acordos estão sendo honrados”, disse à Rádio Capital.
“Fora isso, você tem a dívida tributária. Isso sim assustou. São R$ 60 milhões. A gente conseguiu uma boa negociação, conseguiu tirar juros, conseguiu uma economia de R$ 12 milhões e um parcelamento em 145 parcelas. Sobre a dívida trabalhista, a gente juntou numa vara todas as ações que estavam ocorrendo e conseguiu um acordo junto ao TRT para o pagamento parcelado. Agora, o fluxo de caixa é sagrado. Existe um acompanhamento diário do fluxo de caixa do clube. Todo dia falta receita para cobrir despesas. A gente não consegue cometer erros que infelizmente aconteceram no clube, tem que tomar muito cuidado para de repente deixar de honrar um pagamento que dobre o valor do pagamento. Você tem que ter uma administração diária, não tem como fugir disso”, completou.
Rueda, inclusive, está entrando na Justiça contra os ex-presidentes Modesto Roma Júnior e José Carlos Peres para tentar reparar as dívidas que eles deixaram. O atual mandatário alegou que ambos cometeram crimes em sua gestões.
“Nas últimas gestões você soma incompetências administrativas com quase tudo. Não foi só o Peres, na outra gestão também teve isso. Eu considero que é obrigação minha ir à Justiça buscar reparação dos valores que são do Santos. A gente está entrando contra o Modesto e contra o Peres para pedir reparação. Todos os valores e situações que geraram prejuízo ao clube é obrigação minha judicializar e tentar ressarcir. Eu não consigo entender como a gestão deixa de pagar impostos há mais de um ano, gerando uma dívida de R$ 60 milhões e inclusive cometendo crime. Eram impostos recolhidos de funcionários e que deixaram de ser repassados. Isso representou danos ao clube. Eu sei o que eu estou sentindo e o quanto está custando para reparar esses danos. Eu acho que é obrigação da gestão ir atrás disso, se eu não tiver isso, estou fazendo uma gestão temerária, é obrigação do presidente ir buscar a reparação de qualquer valor que tenha sido imputado ao Santos de uma maneira incorreta. O que fizeram com o clube é um crime. Foi um tapa na cara da torcida, colocaram o clube em risco na sua continuidade”, comentou.
O presidente ainda criticou a ostentação de jogadores e membros da diretoria, alegando que essa não é a realidade do Santos.
“Não tem cabimento um clube como o Santos. na situação em que ele esta. diretoria os jogadores desfilarem de carro ostentosos. Não importa se é de graça, não importa, é um insulto ao torcedor. O clube não pode ostentar o que não tem. O clube está literalmente sem dinheiro, está no processo de reconstrução. Agora, a gestão tem que trabalhar com a razão e a razão diz que temos que respirar, temos que tirar o Santos para poder voltar ao caminho de sempre”, finalizou.
Confira outros assuntos abordados por Rueda
Dívida sobre o Cueva
“Já negociarmos com o Krasnodar e pagamos a primeira parcela. Pachuca vai ser julgado no começo de setembro e talvez em outubro tenhamos a sentença. Estamos otimista de sairmos vitorioso, porque o jogador deixou o Santos sem a autorização do clube”.
Dívida com o Barcelona
“Essa ainda estamos negociando as condições. Demorando mais até nas condições que se encontra o Barcelona está mais demorada, mas acredito que é mais tranquilo já existe um acordo formal que eles não nós colocaria em transfer ban”.
Negociação com a Umbro
“O nosso contrato termina agora em dezembro, mas já em junho/julho a gente viu uma grande concorrência. Foram chamados todos os fornecedores de material esportivo. Prezamos pela qualidade, distribuição, preço e, obrigatoriamente, ter uma linha popular. Dessa concorrência, a melhor proposta foi a da Umbro, basicamente em todos os sentidos”
Projeto da nova Vila Belmiro
“A gente está alegando mais tempo que imaginava para discutir premissa. Não quero tomar decisões precipitadas que traga desconforto ou prejuízo para o clube, porque é um contrato de 30 anos e qualquer decisão que for tomada refletirá no futuro. Voltando o público e começando a reforma da Vila, eu vou procurar um local que reúna as melhores condições com o menor custo. Temos alternativas do Canindé, Barueri…O Santos tem que monitorar os melhores Estados. Em uma situação normal, Vila e Pacaembu. É importante ter planejamento que o torcedor saiba onde o jogo vai acontecer e ter uma gestão equilibrada”