Curitiba - Em busca de definir o seu futuro, primeiramente fora de campo, o Paraná Clube vê surgir mais um interessado em comprar a SAF. Depois de uma negociação envolvendo Pedro Weber Braga, cuja oferta chegou a ser aprovada pelo Conselho Deliberativo e apresentada ao grupo de credores, uma nova proposta foi homologada na justiça.
O nome da vez é o do empresário Eduardo Nagib Gomes de Salles, que oficializou, nesta terça-feira (26), a oferta de R$ 250 milhões para ser o dono de 90% da SAF do Tricolor e também ter os direitos de 100% da sede social da Kennedy.
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Na documentação, há, inclusive, todo o detalhamento de como seria utilizado o aporte financeiro, que será distribuído ao longo de dez anos, com 48% destinados à quitação das dívidas com os credores, e 52% para o investimento em estrutura e futebol paranista.
Os detalhes da proposta
A oferta de R$ 250 milhões seria dividida da seguinte forma: R$ 120 milhões seriam para pagar os credores, com R$ 66 milhões pagos em 120 parcelas de R$ 550 mil aos credores concursais – aqueles que obtinham valores a receber antes da Recuperação Judicial -, e R$ 54 milhões, divididos em 120 parcelas de R$ 450 mil, para os credores extraconcursais, como Receita Federal e Banco Central.
Os outros R$ 130 milhões seriam totalmente voltados para o futebol, mas não aplicados de uma só vez. Assim como na parte das dívidas, também trabalhado por dez anos, e divididos em partes.
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R$ 4 milhões para infraestrutura (CAPEX e melhorias operacionais), R$ 7 milhões para folha de colaboradores – profissionais do jurídico, marketing, operacional e staff -, R$ 4,8 milhões em marketing, planos de sócio-torcedor e ativação na mídia, R$ 12 milhões no plano de desenvolvimento educacional e social (PDE), para escolinhas de futebol, programas de educação e inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade, R$ 12 milhões em investimento nas categoria de base, R$ 30 milhões aplicados no Centro de Treinamento e R$ 60 milhões para as contratações e gastos com reforços e elenco profissional.
Isso tudo sendo o piso inicial, podendo ter um aporte maior, dependendo de algumas questões, como promoção esportiva e classificações em competições nacionais.
Pacote Paraná Clube + Kennedy pode ser empecilho
O grande porém da oferta de Eduardo Nagib é o pacote de 90% da SAF do Paraná Clube, mais 100% da sede social da Kennedy e das propriedades imobiliárias. Ou seja, na proposta, o empresário teria total direito em relação à estrutura no bairro Guaíra, em uma compra direta.
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Porém, a juíza Mariana Fowler Gusso, titular da 1ª Vara de Falências de Curitiba, disse em despacho anterior que “o correto é a sua alienação integral em hasta pública” – em resumo, um leilão, com a Justiça agindo para que o valor da possível negociação seja revertido aos pagamentos das dívidas trabalhistas e com a União.
De qualquer forma, agora este novo projeto de SAF do Tricolor pode seguir os trâmites, passando por uma diligência técnica, jurídica e contábil, aprovação pela Assembleia Geral de Credores e depois homologação pelo Juízo da Recuperação Judicial.
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Editor de esportes
Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.
