Quando o Campeonato Paranaense passava da sua metade, na sexta rodada, o São Joseense era praticamente um virtual rebaixado para a segunda divisão. Com apenas um ponto somado em 18 disputados, parecia que a equipe não teria forças para reagir. Porém, de lá pra cá, tudo mudou.

Nas cinco rodadas seguintes, o time de São José dos Pinhais somou 12 dos 15 pontos que estavam em jogo, teve a segunda melhor campanha do Estadual neste recorte – atrás apenas do Athletico, que somou 13 – e não só escapou da queda como terminou na oitava colocação, avançando para as quartas de final.
O responsável por essa reformulação interna tem nome: Ageu Gonçalves. Aos 52 anos, o treinador revelou o que fez para, em tão pouco tempo, e com curtos intervalos entre as rodadas, mudar a realidade do Azulão.
“Acho que muito trabalho, concentração, entendimento dos atletas, do momento que estavam passando, e sempre passando a condição que poderíamos atingir a classificação. Nunca falei em rebaixamento, acompanhei alguns jogos do campeonato e vi que o grupo tinha condições de reverter essa situação“, disse ele, em entrevista à Banda B.
São Joseense precisava de confiança e teve tabela como aliada
Antes de Ageu assumir o comando, o São Joseense não tinha conseguido sair na frente no placar em nenhuma partida. Algo que para o treinador estava pesando para os atletas. Depois, a equipe marcou primeiro contra o Londrina, Paraná Clube e Rio Branco, ainda conseguindo a virada contra o Andraus.
“Não estavam conseguindo o resultado, principalmente sair na frente. A partir do momento que a gente sair na frente, pegando o Londrina, que na ocasião era o líder do campeonato, você se agiganta. Fomos trabalhando jogo a jogo, era uma decisão em cima da outra”, afirmou o técnico.
“O trabalho psicológico que implementamos no grupo, faz parte do treinador passar confiança. Sempre falamos de situações positivas. Falar de rebaixamento era proibido. E com os resultados positivos, logo no primeiro jogo, isso foi plantado”, completou.
Mais do que a confiança, a tabela também ajudou nos planos. Nas últimas três rodadas, o Azulão teve pela frente somente confrontos diretos, contra Paraná Clube, Rio Branco e Andraus. Com isso, o time não precisou contar com nenhuma combinação de resultados para sair da situação perigosa.
“Quando se tem confronto direto, você já deixa o adversário em uma situação ruim. Estávamos à beira do abismo e é preciso ter essa mentalidade. Sabíamos que poderíamos fazer grandes jogos nessa briga direta. O que valeu foi a identidade que os jogadores criaram. Tivemos calma e a nossa parte a gente fez. Não dependíamos de ninguém“, apontou Gonçalves.
Vaga na Série D garantida, mas time quer mais no Paranaense
Com a oitava colocação, o São Joseense já garantiu a classificação para a Série D do Campeonato Brasileiro de 2026. Será a segunda vez na história que o clube estará no Brasileirão. Agora, o time da região metropolitana quer mais. Se avançar para as semifinais, não só terá sua melhor campanha no Paranaense, como também poderá disputar a Copa do Brasil no ano que vem. Porém, pela frente, terá o Operário, dono da melhor campanha na primeira fase.
“Ainda temos dois jogos frente ao Operário, mas o São Joseense está buscando suas conquistas. Conseguimos a vaga na Série D, mas a meta é garantir uma vaga na semifinal e na Copa do Brasil. São dois jogos, nada se define no primeiro e é ter a cabeça no lugar, sabendo a dificuldade que vamos enfrentar”, apontou Ageu.
O primeiro confronto está marcado para o Estádio do Pinhão, sábado (22), às 15h30, com mais de dois mil ingressos já vendidos. A volta será no dia 9 de março, no Germano Krüger, em Ponta Grossa.