Curitiba - Após a derrota do Paraná Clube por 2×0 para o Coritiba, na Vila Capanema, o último jogo na temporada, o técnico Tcheco desabafou e escancarou diversos problemas internos, que culminaram neste novo rebaixamento do Tricolor para a Série B do Campeonato Paranaense.

A começar pela sua não permanência após o título da segunda divisão em 2024. Logo após o acesso, o treinador foi para a Chapecoense, onde ficou menos de duas semanas e estava livre no mercado quando a equipe paranista acertou com Argel Fuchs. Questionado sobre o motivo de não ter voltado, Tcheco foi categórico que a decisão foi do então diretor de futebol, Fernando Miguel, e que pesou o fato dele não fazer parte de uma “panela de contratações de jogadores”.
“Sobre eu não ter ficado, foi especificamente uma escolha do diretor de futebol que estava aqui, opção dele. E por mim tudo bem, faz parte do futebol. Só vamos cada um assumir sua responsabilidade. Eu tenho a minha responsabilidade, como a presidência, a diretoria e os jogadores. O que me aflige é que o clube já passou por isso antes e não aprendeu. Talvez eu não tenha ficado aqui foi porque não faço parte de panela para trazer jogador e não quero meu nome em conversa de bar sobre isso. Quem tinha que responder porque eu não fiquei é quem estava aqui”, disparou o treinador.
Tcheco detona Argel Fuchs
As críticas de Tcheco também foram para o primeiro técnico do Paraná em 2025, Argel Fuchs. Na verdade, uma resposta diante das críticas que ele recebeu do seu antecessor. Quando foi desligado do Tricolor, após a derrota por 3×0 para o Londrina, Argel assumiu a culpa pelos resultados ruins, mas a dividiu com Tcheco.
O atual comandante paranista retrucou e alegou que se tivesse o tempo de pré-temporada que Argel teve, teria a aproveitado melhor, não forçando o elenco, que se desgastou e conviveu com diversas lesões.
“O campeonato do ano passado foi um baita de um sofrimento. Tínhamos um recurso de R$ 150 mil para montar uma equipe, que era igual ao de todos, mas a camisa do Paraná Clube pesava. Eu dei um passo atrás como treinador, mas vim pelo clube. E essa capacidade, infelizmente, é importante quando se tem uma pré-temporada. Aí o treinador passado veio e disse que a culpa era dele e do Tcheco. Lógico que era minha, mas eu queria ter os 48 dias de pré-temporada dele. Quando eu caí, estava aqui há 15 dias e não consegui treinar um dia o time. Era vídeo, descanso e jogo ou viagem”, ressaltou.
“Eu achava que poderíamos escapar, mas era explícito que o nosso time sofreu com lesões, o jogador não ia aguentar esse ritmo o jogo todo“, completou. Na época de Argel, o Paraná ficou conhecido por ‘morder’ o primeiro tempo todo e ser muito incisivo, mas caindo drasticamente de rendimento na etapa final, não conseguindo acompanhar o ritmo dos adversários.
Bronca com ex-jogador do Paraná Clube
Muito ligado ao Paraná Clube, onde começou como jogador, e foi auxiliar, diretor de futebol e treinador, Tcheco lamentou a falta de entrega de alguns jogadores que, com o passar do tempo, foram saindo. E um deles, mais especificamente o atacante Eduardo Tanque, foi quem mais chamou a atenção.
“No último jogo antes do Cianorte, dois jogadores pediram para sair, não quiseram viajar. E o pior de tudo, eu tento trabalhar a parte humana, mas é assustador. O cara sai daqui, vai para o Santa Cruz e beija o símbolo do Santa Cruz. Qual sentimento que ele tem para beijar o escudo do Santa Cruz?“, reclamou o treinador.
Futuro
Questionado se seguirá no Paraná Clube em 2026, Tcheco não fechou as portas e disse que sempre estará à disposição par ajudar, mas ponderou que não depende apenas dele essa decisão.
“Como aconteceu agora, podia estar no inferno que eu ia abraçar o Paraná. Eu não estou preocupado com a minha imagem, estava preocupado com a queda do clube. Estou à disposição sempre, só preciso ver se quem está aqui conta comigo“, finalizou ele.
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