Haílton Corrêa de Arruda não é um nome conhecido. Mas se você falar em Manga, aí as coisas mudam. Um dos maiores goleiros da história do futebol, Manga faleceu na manhã desta terça-feira (8), aos 87 anos, em um hospital na zona oeste do Rio de Janeiro, após anos de tratamento de um câncer de próstata. Sua trajetória foi tão espetacular que daria um filme. O Manguita Fenômeno, que fez parte de dois times referenciais do nosso futebol, que teve os dedos entortados de tanto jogar com eles quebrados, o titular da seleção brasileira na Copa de 1966, deixa a vida para entrar definitivamente na história.

Manga, um dos maiores goleiros do Brasil.
Manga, um dos maiores goleiros do Brasil. (Foto: Arquivo/Botafogo)

Manga começou no Botafogo – ‘só’ naquele que foi o maior time da história do clube. Jogou com todos os craques que você possa imaginar: Nílton Santos, Didi, Garrincha, Quarentinha, Zagallo, Jairzinho, Paulo César… Foram dez anos e vinte títulos, o jogador com mais títulos da história do clube. Mas sem deixar de passar por polêmicas. Foi acusado por João Saldanha de estar vendido ao Bangu na final do Campeonato Carioca de 1967. A história acabou com o jornalista dando tiros para o alto e o goleiro pulando um muro para fugir.

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Melhor goleiro do Brasil na segunda metade dos anos 1960, Manga foi para a seleção brasileira como titular na Copa de 1966. Mas ele acabou sendo tragado pelo fracasso do time de Vicente Feola, que foi eliminado ainda na primeira fase. Com as marcas da seleção e das acusações de Saldanha, ele deu uma guinada na carreira e foi jogar no Nacional de Montevidéu. Lá passou seis temporadas, virou o “Manguita Fenômeno”, ganhou tudo (inclusive Libertadores e Mundial) e virou ídolo eterno

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A volta ao Brasil

Mas ainda faltava voltar à história do futebol brasileiro. Em 1974, Manga foi jogar no Internacional, sendo um dos destaques do time bicampeão brasileiro de Falcão, Paulo César Carpegiani e Figueroa. Já era o maior goleiro do Botafogo, virou o maior goleiro do Colorado. E ainda fez mais. Após deixar o time gaúcho, foi para uma aventura no Operário de Campo Grande, e liderou o time em uma campanha épica que chegou ao terceiro lugar no Brasileirão de 1977. Mais tarde, o goleiro jogou no Grêmio e também foi campeão por lá.

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Manga no Coritiba

Foi apenas uma temporada, mas a passagem de Manga no Coritiba foi marcante. Se o Coxa foi campeão paranaense de 1978, deve muito ao goleiro e suas mãos já calejadas e com os dedos tortos. Não é força de expressão dizer que ele ganhou sozinho a decisão por pênaltis diante do Athletico, após três jogos empatados em 0x0. Com manha e catimba, ele aterrorizou os jogadores adversários, que foram perdendo pênaltis sucessivamente. E Manga, que tinha negociado um bicho extra com o presidente Evangelino da Costa Neves no intervalo do jogo (“Manguita está com dores”, dizia ao Chinês), levantou mais uma taça.

Manga foi campeão pelo Coritiba em 1978.
Manga foi campeão pelo Coritiba em 1978. (Foto: Arquivo/Coritiba)

Homenagem do Coritiba

O Coxa publicou nas suas redes sociais uma homenagem ao goleiro Manga. Veja abaixo:

“É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, o Manga. Ídolo de grandes clubes brasileiros, dentre eles o Coritiba. Manga deixou sua história marcada com a nossa camisa 1, na conquista do título Paranaense de 1978. Manga também é o inspirador do Dia do Goleiro (26 de abril), data que marca o aniversário do ídolo do futebol. Descanse em paz, Manga! “

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