No dia 29 de fevereiro, Alison sofreu uma ruptura parcial em ligamento do joelho direito, como a Gazeta Esportiva antecipou à época. A lesão ocorreu no clássico entre Santos e Palmeiras e, teoricamente, acarretaria em cirurgia.
O capitão do Peixe conversou com o departamento médico e profissionais de sua confiança e optou por tratamento conservador, sem operação. O histórico de quatro intervenções ajudou a tomar essa decisão. E o resultado é positivo até aqui.
O volante treinou de domingo a domingo, em dois períodos, durante a quarentena forçada pelo novo coronavírus. E a volta ao Alvinegro surpreendeu.
O Menino da Vila mostrou força no joelho e liderou parte dos testes físicos. Ele foi titular contra o Santo André, na Vila Belmiro, e poupado diante do Novorizontino, na Arena Corinthians.
O trabalho em período de isolamento social contou com a ajuda do fisioterapeuta, ex-Santos e contratado por Alison e outros atletas do Brasil e da Europa.
Com a anuência de Ricardo Galotti, chefe do departamento médico do Peixe, Tom topou o desafio de “driblar” a necessidade de cirurgia.
“Ele me procurou no início de abril, me explicou sobre a lesão e da indicação cirúrgica. E não havia muito o que fazer, hospitais não estavam operando em função da pandemia. E ele não queria operar, ideia era buscar evolução no dia a dia e colocar joelho à prova. Ele trabalhou comigo de domingo a domingo em dois períodos, primeiros dois meses foram muito intensos. A lesão gera instabilidade, falseios no joelho. Fomos trabalhando, visando equilíbrio muscular, estabilidade da articulação. Fomos progredindo, com avaliações e comparações. Fomos conquistando isso diariamente e ele ganhou confiança. Primeiro diminuímos o quadro de dor, fortalecemos e depois fomos para a transição, deslocamento e situações de jogo”, explicou Tom, à Gazeta Esportiva.
“E quando voltou, todos se surpreenderam com a parte física dele, não só joelho, mas massa magra, percentual de gordura, cardiorrespiratório, tudo. Joelho correspondeu, não ficou fora de treino. Chegou como os outros atletas. Ele voltar como titular nos 90 minutos foi uma grande vitória”, complementou o fisioterapeuta.
Ainda não há um parecer definitivo sobre o sucesso do tratamento conservador. Um “efeito colateral” pode ocorrer em breve ou no futuro, mas, de qualquer forma, Alison está feliz e confiante em manter a saúde do joelho.
O volante precisa tomar cuidados diários com descanso, pós-jogo e pós-treino, ativação da musculatura e fortalecimento. A comissão técnica está ciente e conversa com o capitão frequentemente para saber se pode ou não contar com ele nas partidas.
Exemplo de superação no clube, Alison deve ser titular do Santos contra a Ponte Preta, nas quartas de final do Campeonato Paulista, na Vila Belmiro.