Dirceu atribui boa fase do Londrina ao gestor Sérgio Malucelli e ao técnico Claudio Tencati

Aos 27 anos, o zagueiro Dirceu, ex-Coritiba e Londrina, está realizando o sonho de jogar na Europa, pelo Club Sport Marítimo, de Portugal. O jogador foi revelado pelo Coritiba, passou por Botafogo-SP, Avaí, Nova Iguaçu, América-MG e Londrina.

Mas foi no Tubarão que o defensor viveu a melhor fase da carreira. Em duas passagens pelo Londrina (2013 e 2014), Dirceu entrou em campo mais de 80 vezes com a camisa alviceleste e, com a faixa de capitão, foi campeão paranaense e ajudou a levar o LEC à Série C do Campeonato Brasileiro.

Após uma passagem frustrante pelo futebol ucraniano, quando assinou com o Goverla FC e voltou ao Brasil sem entrar em campo devido aos conflitos políticos no país do leste europeu, Dirceu ganha a primeira oportunidade na Europa, com contrato de três anos e com o time da Ilha da Madeira.

“O fator decisivo que definiu a minha transferência para o Marítimo foi o sonho de jogar na Europa e o péssimo momento político em que o Brasil se está vivendo”, conta o zagueiro.

RIC Mais: O Marítimo está no segundo escalão do futebol europeu. Quais são os objetivos do time nesta temporada?

Em Portugal, o Marítimo está um degrau abaixo de Porto e Benfica, mas é um clube que sempre está brigando pela Liga Europa e pelo título da Taça da Liga. E este ano não será diferente, espero poder ajudar a equipe a conquistar os objetivos e cravar meu nome na história do clube.

RIC Mais: E os seus objetivos pessoais?

A minha vontade é cumprir os três anos de contrato com o Marítimo, fazer boas temporadas e despertar o interesse de outros grandes clubes, em Portugal e em toda Europa. Fora o fator financeiro, igual a qualquer jogador, eu também pretendo fazer o meu ‘pé de meia’ no Velho Continente.

RIC Mais: Como você avalia a estrutura dos clubes portugueses em relação ao futebol brasileiro?

Eu venho de um clube diferenciado em relação à estrutura e organização. O Londrina oferece uma condição fantástica de trabalho aos jogadores. No Brasil, poucos times têm a estrutura que os jogadores encontram no Tubarão. E aqui em Portugal, o Marítimo oferece tudo que um jogador precisa em relação à estrutura e ambiente de trabalho. Estou muito satisfeito com o que encontrei.

RIC Mais: E no futebol? Os portugueses são mais aplicados que os brasileiros taticamente e tecnicamente?

São escolas diferentes. Aqui o jogador é muito mais exigido taticamente. Os atletas estudam o futebol e executam exatamente o que os treinadores pedem. No Brasil, o futebol é mais alegre e livre, baseado na cultura do país.

RIC Mais: Em um pouco mais de dois meses em terras portuguesas, você já conseguiu sentir alguma diferença cultural com o Brasil?

Apesar do sotaque português ser um pouco diferente, a língua ajudou muito na minha adaptação. O fato de ter outros nove jogadores brasileiros também foi um fator positivo. Mesmo assim, a diferença cultural é evidente, principalmente na segurança e educação.

A Ilha da Madeira é um lugar paradisíaco, que recebe turistas o ano inteiro. E mesmo assim, o índice de criminalidade é muito baixo. No Brasil, nós nos preocupamos com carteira e celular o tempo todo. Por aqui, o risco de ser assaltado é quase zero.

RIC Mais: Você faz parte da história recente do Londrina, como capitão e referência no clube. Na sua opinião, quem são os principais responsáveis pela ótima fase do Tubarão?

Em primeiro lugar, o presidente Sérgio Malucelli, pela proposta de trabalho, hombridade e por acreditar no projeto do clube mesmo com as dificuldades financeiras. E também o professor Claudio Tencati. Um cara fantástico, que encabeçou o trabalho com muita competência e, na minha visão, se houvesse alguma troca de treinador nada disso teria acontecido.

RIC Mais: O Londrina está muito perto de conquistar a vaga para a Série B do Campeonato Brasileiro. O que você gostaria de dizer aos seus antigos companheiros de time?

Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que sou mais um torcedor do Tubarão e, mesmo distante, vou estar torcendo e mandando muita energia positiva para os jogadores. Espero um Estádio do Café com 30 mil pessoas, apoiando e acreditando nos noventa minutos. Então, nada mais justo do que coroar a bela campanha com um acesso e fazer aquela festa maravilhosa que todos nós conhecemos.

LONDRINA X CONFIANÇA

O Londrina recebe neste domingo (18), às 19h, no Estádio do Café, o Confiança de Sergipe, pelo jogo de volta das quartas de final da Série C do Campeonato Brasileiro. O duelo define que avança às semifinais e, consequentemente, fica com uma das quatro vagas para a Série B de 2016. No jogo de ida, as equipes empataram sem gols em Aracaju, Sergipe.