Curitiba - De terceira opção no elenco, o jovem meia João Cruz entrou ainda no primeiro tempo da vitória do Athletico sobre o Athletic, pela Série B, e mudou o jogo. Mais do que isso, deixou uma impressão capaz de transformar não só seu papel no time, mas também a forma como o Furacão joga sob o comando de Odair Hellmann, que estreava no cargo.

João entrou aos 33 minutos da primeira etapa, substituindo Isaac, que saiu machucado. Inicialmente, ocupou o lado direito, na mesma função do companheiro. No entanto,foi durante o segundo tempo, aos 13 minutos, que protagonizou o lance decisivo: cruzamento perfeito na cabeça de Renan Peixoto, que marcou o gol da vitória.
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Após o gol, Odair ajustou a equipe e reposicionou João para sua função de origem, atuando como meia pelo lado direito, alinhado a Giuliano, que ficava pela esquerda no meio-campo. Com isso, o comandante atleticano pode ensaiar uma transição do tradicional 4-3-3 para um 4-4-2, com João Cruz e Giuliano responsáveis por comandar o setor de criação.
Mapas de calor mostram a transformação no Athletico
A análise dos últimos cinco jogos de João Cruz escancara uma mudança clara no seu comportamento tático:
–Nos primeiros jogos, ele aparecia mais no campo defensivo, ajudando na saída de bola, na marcação e na transição ofensiva, principalmente pelo lado esquerdo. Era um papel mais voltado ao apoio e proteção, com pouca presença no terço final.
–Contra o Athletic, tudo mudou. João passou a frequentar muito mais o campo de ataque, principalmente no corredor direito e na região da entrelinha — aquele espaço entre os volantes e os zagueiros rivais, onde nascem as jogadas mais perigosas.

Ou seja, sua movimentação se tornou muito mais ofensiva, bem diferente dos jogos anteriores, onde dividia sua atuação entre defesa e construção. Essa mudança reforça que, quando acionado mais adiantado e depois reposicionado no meio, João Cruz ganhou protagonismo na criação, com papel mais agressivo e participativo nas ações ofensivas.
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O encaixe com Giuliano e o novo Athletico
A formação com João Cruz pela direita e Giuliano pela esquerda oferece ao Athletico uma dinâmica bem diferente:
– João Cruz é um meia extremamente dinâmico, que percorre vários setores do campo. Tem muita intensidade, gosta da aproximação, acelera o jogo com passes curtos, participa da recomposição e apoia bastante o ataque, sobretudo pelo lado direito. É aquele jogador que conecta os setores e faz o jogo fluir.
– Giuliano tem um perfil mais cerebral. É o meia da cadência, da visão de jogo, que organiza a equipe, dita o ritmo e busca espaços para construir jogadas. Costuma atuar mais pela esquerda, com inteligência e paciência, sendo quem faz o time respirar e tomar boas decisões.
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O 4-4-2, desenhado com essa configuração, pode ser a chave para aliviar a necessidade de três volantes, abrindo espaço para dois meias que, além de ajudarem na recomposição, entregam muito mais qualidade na criação ofensiva.

O próprio João Cruz deixou seu recado após o jogo: “Estou pronto”, afirmou, deixando claro que quer — e pode — ser muito mais do que uma opção no banco. A assistência para o gol de Renan Peixoto é apenas o cartão de visitas de quem, aos poucos, sai da sombra para voltar a assumir o protagonismo.
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Temporada 2024 x 2025: mudou muito?
Comparando os mapas de calor das duas temporadas, fica evidente que João Cruz não mudou seu estilo de jogo, mas sim evoluiu dentro do mesmo perfil.
– Em 2024, seu mapa já mostrava forte atuação no lado esquerdo, especialmente na entrelinha e na faixa ofensiva. Atuava mais aberto, próximo dos pontas e dos laterais, buscando tabelas e jogadas de apoio. Por outro lado, tinha pouca participação na base da construção e na zona central.
– Em 2025, a grande mudança está no raio de ação. João passou a ser mais centralizado, mais presente no terço final, ocupando espaços entre linhas, próximo da grande área e sendo decisivo nas jogadas ofensivas. Por outro lado, reduziu sua participação defensiva e deixou de buscar tanta amplitude, priorizando ações internas e finalizações.
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Em resumo, manteve sua essência — um meia associativo, de construção curta e aproximação —, mas se tornou mais agressivo, mais participativo no ataque e menos preocupado com funções defensivas.
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