Dos 12 estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo, seis não terão reforço do sinal de internet com redes sem fio (wi-fi), por falta de acordo entre as operadoras de telefonia e as administrações dos estádios. Na Arena Corinthians (São Paulo), Arena Pernambuco (Recife), Arena das Dunas (Natal), no Estádio Castelão (Fortaleza), Mineirão (Belo Horizonte) e na Arena da Baixada (Curitiba), os torcedores contarão apenas com o reforço nas antenas de telefonia móvel para transmissão de voz e dados (3G e 4G).
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) alega que não houve autorização para instalar as estruturas. O diretor-executivo da entidade, Eduardo Levy, disse que os estádios optaram por ter rede própria de wi-fi para, provavelmente, cobrar pelo sinal.
Apesar de ainda não ter conseguido instalar a rede wi-fi em seis estádios, a expectativa das operadoras de telefonia é positiva. “A rede wi-fi é um complemento. É um plus em um projeto eficiente que foi feito para celular”, disse Levy destacando que o projeto é superior ao feito para as Olimpíadas de Londres.
Após participar de audiência pública no Senado, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ter sido informado de que a administração Arena Corinthians manifestou interesse em instalar wi-fi, mas cobrar pelo serviço.
Segundo Paulo Bernardo, o governo não vai intervir na negociação entre as operadoras de telefonia e os administradores dos estádios para a instalação do wi-fi, pois essa é uma questão comercial e privada. “É uma negociação privada, e o governo não vai fazer lobby nem para o dono do estádio nem para as teles”, disse o ministro.
Telefonia
Para garantir a comunicação dos torcedores durante os jogos da Copa do Mundo, as operadoras de telefonia instalaram cerca de 300 miniantenas em cada um dos 12 estádios que vão sediar o mundial. Por meio de uma parceria, as cinco operadoras (Claro, Oi, Nextel, Tim e Vivo) investiram R$ 226 milhões apenas com o projeto de instalação da infraestrutura compartilhada.
Dessa forma, as operadoras pretendem dar conta de uma demanda de cerca de 300 mil chamadas de voz com 2,4 minutos de duração e cerca de 24 mil conexões simultâneas de dados a cada hora.
Durante o Mundial, as antenas, distribuídas pelas arquibancadas, praças de acesso, pelos camarotes, vestiários, corredores e estacionamentos, serão ligadas a aparelhos instalados em uma sala no estádio. A estrutura serve para melhorar tanto os serviços de voz como dados, nas tecnologias de segunda, terceira e quarta gerações (2G, 3G e 4G).
Na avaliação do SindiTelebrasil, os estádios mais problemáticos serão os de São Paulo e de Curitiba, devido ao atraso das obras e, consequentemente, o reduzido tempo para instalação dos equipamentos. A estratégia adotada foi dar prioridade aos locais de maior concentração, como as arquibancadas.
“Apesar da falta de tempo para instalação da [infraestrutura planejada para a] cobertura em locais de menor importância – como o hall de deslocamento da entrada até a arquibancada –, faremos reforço para trazer sinal de antenas externas. Mas, nos 12 estádios, quem quiser tirar fotos e postá-las vai conseguir. Uns podem demorar um pouco mais; outros menos. Mas em todos será possível subir [publicar] as fotografias”, garantiu Levy.