Curitiba - O Athletico confirmou o acesso, neste domingo (23), diante do América-MG. A campanha do Furacão rumo à elite tem diversos personagens, mas um deles se destaca pela persistência e por ter acreditado desde o dia 21 de maio, quando foi anunciado: o treinador Odair Hellmann.

Odair chegou para substituir Maurício Barbieri e estreou três dias depois, em uma partida na Arena da Baixada, diante do Athletic. O começo foi o melhor possível, com uma vitória por 1×0, mas desde aquela época, seis meses atrás, o comandante deixou claro: “Não somos os melhores, temos muita coisa para melhorar, muita coisa para fazer, crescer e evoluir”.
Depois disso, o Rubro-Negro oscilou. Empatou com o Operário fora de casa, perdeu para o Atlético-GO na Arena e então venceu duas seguidas, contra Remo e Avaí. Na sequência, veio o clássico Atletiba, o maior desafio de Odair até então sob o comando do Furacão.
Derrota no clássico e seca de vitórias
O Athletico perdeu para o Coritiba por 1×0, e aí foi oscilando, até entrar na pior fase na competição, quando foram sete jogos consecutivos sem ganhar na Série B, levando gols em seis oportunidades nos minuto finais. Resultados que fizeram o Rubro-Negro despencar para o 17º lugar, ficando nove pontos atrás do G4.
E aí precisou entrar em ação o Odair gestor de crise. Em nenhum momento o treinador se abateu ou diminuiu a confiança no trabalho, mesmo estando mais próximo da zona de rebaixamento do que na luta pelo acesso, e sendo até cobrado por uma demissão por falta de evolução.
“Se alguém aqui dentro falar em Série C, tem que ser mandado embora agora”, ressaltou ele em meio à fase negativa.
Mudanças no time foram a estratégia no Athletico
Diante da necessidade de uma campanha quase perfeita dali em diante, o treinador apostou quase num tudo ou nada, arriscando alternativas no esquema tático. Inicialmente, o Furacão passou a jogar num 3-3-4, chegando a ter até cinco atacantes em campo.
Laterais improvisados na zaga, Zapelli se tornando volante e atacantes de velocidade em busca de espaços. Em uma tática de tentativa e erro, Odair escalava o Furacão e, obtendo sucesso, repetia a ação. Quando a alternativa não funcionava, vinham mudanças para o desafio seguinte.
Nessa toada, veio a sequência de sete vitórias consecutivas, algumas marcantes como a virada por 3×2 no duelo direto com a Chapecoense fora de casa, e que culminou com o Athletico retornando ao G4 após 25 rodadas. “ Estamos correndo de um prejuízo que nós mesmos deixamos e não conseguimos estar entre os primeiros. Não é fácil, mas acreditávamos“, disse o treinador.
Depois, uma nova oscilação, com quatro jogos sem ganhar, mas logo depois veio a sequência de vitórias derradeira, que encaminharam o acesso e fez Odair puxar o torcedor para o seu lado, após convocar lotação na Arena, onde a volta à elite foi consolidada.