Brasil - O título de pai do jiu-jitsu no Brasil é atribuído a Mitsuyo Maeda, um mestre japonês que foi fundamental para a introdução e popularização da arte marcial no país. Conhecido também como Conde Koma, Maeda deixou um legado que mudaria para sempre a história das lutas brasileiras, influenciando diretamente a criação do famoso estilo Gracie de jiu-jitsu.

Origem e trajetória no Japão
Mitsuyo Maeda nasceu em 18 de novembro de 1878, na cidade de Funazawa, na província de Aomori, Japão. Desde jovem, mostrou interesse por artes marciais e acabou se tornando instrutor da renomada escola Kodokan, fundada por Jigoro Kano, criador do judô. No Kodokan, Maeda aperfeiçoou suas habilidades e desenvolveu técnicas que uniam eficiência, disciplina e estratégia.

A decisão de levar a arte para o mundo
Em 1904, decidido a difundir as artes marciais japonesas, Mitsuyo Maeda deixou o Japão em uma missão diplomática e cultural. Seu objetivo era demonstrar, ensinar e adaptar o judô e o jujutsu a diferentes culturas, participando de exibições e desafios em vários países. Ele viajou por lugares como Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Cuba, México e América Central, acumulando vitórias e reconhecimento.
Chegada ao Brasil e fixação em Belém
Mitsuyo Maeda desembarcou no Brasil em 1914, inicialmente no Porto de Belém, no Pará. O Japão e o Brasil viviam um momento de aproximação diplomática, e Maeda viu no país um território fértil para apresentar o que conhecia. Ele se estabeleceu na cidade e começou a ministrar aulas, atraindo principalmente jovens interessados em aprender a arte marcial oriental.

A conexão com a família Gracie
Foi apenas alguns anos depois que a família Gracie teria contato com o ensino de Maeda. Em 1917, Gastão Gracie, pai de Carlos e Hélio Gracie, conheceu o mestre japonês e levou o filho mais velho, Carlos, para treinar com ele. Carlos Gracie se tornou discípulo de Maeda e, posteriormente, transmitiu o conhecimento aos irmãos, desenvolvendo adaptações que originaram o Brazilian Jiu-Jitsu — hoje famoso no mundo todo.
Legado duradouro
Mitsuyo Maeda faleceu em 28 de novembro de 1941, mas seu papel como pai do jiu-jitsu no Brasil é incontestável. Sem sua vinda e seu trabalho pioneiro em Belém, provavelmente o jiu-jitsu não teria alcançado a força que conquistou no país e, posteriormente, no cenário internacional.
O lado controverso

Como tudo na História, há sempre uma vertente questionável arriscando manchar a tradição do jiu-jitsu. Normalmente relacionando o nome do esporte marcial à violência, o que não é correto dentro da filosofia pregada inclusive pela família Gracie.
Casos controversos como o lamentável episódio envolvendo Ryan Gracie, aos 33 anos. Ele foi encontrado morto em uma cela do 91º Distrito Policial, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), em dezembro de 2007. Estava preso em razão de uso de drogas em uma noite que cometeu uma série de crimes, inclusive roubo de veículo.
Há também o recente caso do padre vice-campeão mundial de jiu-jitsu, que agrediu uma idosa de 62 anos, durante uma suposta sessão de exorcismo. Afastado de suas atribuições, ele tem mais de 17 anos de sacerdócio, mas uma coleção de títulos na arte marcial.
Mas é interessante destacar que a filosofia do jiu-jitsu é totalmente avessa à violência. Ao contrário, prega por prática a elevação espiritual através do equilíbrio entre o corpo e a mente.