Mais de seis anos após o fatídico incêndio do Ninho do Urubu, no CT do Flamengo, que matou dez jovens, os sete acusados foram absolvidos pela Justiça. A decisão, em primeira instância, aconteceu na noite da última terça-feira (21), após determinação do juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Ninho do Urubu, CT do Flamengo
Ninho do Urubu passou por reformas desde o incêndio. (Foto: Divulgação/Flamengo)

Os denunciados respondiam pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave, mas segundo o relatório do juiz, não foi comprovado que os envolvidos tinham atribuições diretas na manutenção ou segurança elétrica do local e que, desta forma, não podem ser responsabilizados penalmente.

Ainda que o evento tenha origem tecnicamente identificada, a imputação penal exige que o resultado se insira dentro do âmbito de risco controlável pelo agente. No caso concreto, a cadeia causal apresenta natureza difusa, envolvendo múltiplos fatores técnicos e estruturais, o que inviabiliza a individualização de conduta culposa com relevância penal. Essa constatação não elimina a tragédia dos fatos, mas reafirma que o Direito Penal não pode converter complexidade sistêmica em culpa individual”, disse o juiz.

Relembre o caso no CT do Flamengo

No dia 8 de fevereiro de 2019, jovens da base do Flamengo dormiam em um contêiner, que se tornou uma instalação provisória enquanto o local passava por reformas, quando um incêndio começou, possivelmente após um curto-circuito em um ar condicionado, com o fogo se alastrando rapidamente. No total, dez jogadores, entre 14 e 16 anos, morreram, enquanto outros três ficaram feridos.

Os denunciados pela tragédia foram Márcio Garotti, diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020, Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio, Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis pelas partes técnicas dos containers, Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da NHJ, e Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar condicionado.

A decisão ainda cabe recurso.

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Ricardo Brejinski

Editor de esportes

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.

Formado pela PUCPR em 2008, foi correspondente do Diário Lance! em Curitiba, fundador e coordenador do extinto Notícia FC e editor da revista da Stock Car. Chegou à Tribuna do Paraná em 2011, foi setorista do Coritiba, repórter especial e editor de 2014 à 2019, sempre na editoria de Esportes. Em 2019, juntou-se à equipe da Gazeta do Povo e fez parte da criação do UmDois Esportes, onde ficou até dezembro de 2022. Em junho de 2023, foi contratado pela Banda B, sendo editor de esportes do portal e repórter de campo e comentarista na rádio. Cobriu a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo 2010 e a Copa do Mundo 2014 em Curitiba, além de ter estado em três finais de Copa do Brasil.