Time de Curitiba busca a inclusão por meio do esporte
Em 17 de maio de 1990, foi declarada a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, é lembrado no mundo todo. Entretanto, o Brasil ainda sofre as marcas do preconceito e está entre os países que mais cometem crimes de homofobia.
Para tentar causar a inclusão social por meio do esporte e levar mais conhecimento a sociedade, um time poliesportivo gay de Curitiba resolveu criar equipes com a bandeira LGBT+.
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Time gay de Curitiba busca a inclusão
O Capivara Esporte Clube, que contém equipes nas modalidades futebol, futebol feminino, handebol e voleibol, foi fundado em novembro de 2017. Com o objetivo de incluir todos que querem praticar o esporte, o time é aberto para integrantes ou não da comunidade LGBT+.
Elenco Capivara do futebol durante a Copa Sul Gay 2018 (FOTO: DIVULGAÇÃO)
“A ideia de montar um time voltado para o público LGBT+ surgiu de forma despretensiosa. Éramos um grupo de amigos, queríamos jogar futebol em um ambiente onde a gente pudesse ser a gente mesmo, sem ter que disfarçar quem a gente é. Então resolvemos montar um time. Ao longo do processo vimos que queríamos mais do que isso, queríamos a inclusão social por meio do esporte. Por isso abrimos para todos que querem participar de práticas esportivas em um ambiente sem preconceitos”, conta Juliano Cerci, presidente do clube.
Atualmente o Capivara conta com treinos semanais nas quatros modalidades visando competições nacionais. O grupo que começou com pouco mais de 10 amigos, hoje soma mais 150 integrantes, contando todos os esportes. E este número pode aumentar, pois os treinos dos capivaras são abertos a novos membros.
“Realizamos treinos semanais com o pessoal que já faz parte do Capivara e também com interessados em participar. Estamos sempre abertos e recebemos todos sem preconceito”, revela Cerci.
Elenco Capivara do vôlei (FOTO: DIVULGAÇÃO)
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Time busca inclusão não apenas dentro de quadra
Com um elenco formado por advogados, médicos, cabeleireiros, publicitários, bancários, vendedores, entre outros profissionais de diversas áreas, ser Capivara é ser plural. O projeto começou apenas com o futebol, entretanto, uma modalidade só não era suficiente e não demorou para o vôlei chegar, na sequência o handebol e o mais novo time, o das garotas no futebol 7.
Porém as atividades do grupo não se restringe apenas às quadras esportivas. O Capivara possui projetos sociais durante o ano todo para levar informação e quebrar barreiras não só apenas no esporte.
“O time já realizou campanha do agasalho; o ‘KpiMães’, evento para celebrar o dia das mães; o ‘KpiKids’, que proporcionou uma tarde fantástica para as crianças do Lar Antônia; o ‘Kpichristmas’ em parceria com o MAMI (Mães de Amor Incondicional); além da realização de vários debates com representantes do Poder Público e de outros movimentos sociais”, destaca Felipe Ilkin, membro desde a segunda semana do projeto.
Evento KpiMães 2019 (FOTO: DIVULGAÇÃO)
O evento mais recente, fora das quadras, que o time realizou foi o Kpimães. Neste ano o tema para encontro entre mães e atletas foi “Saí do armário, e agora?”. Aproximadamente 100 pessoas participaram da ação que levou muitos às lágrimas.
De olho no futuro, o Capivara quer continuar combatendo todos os tipos de preconceito. Além disso, os membros querem proporcionar a todos a oportunidade de praticar aquilo que lhes faz bem, em um ambiente seguro.
No calendário deste ano os capivaras possuem vários compromissos. Na agenda estão os Jogos da Diversidade, organizado pela Prefeitura de Curitiba, o GayPrix de vôlei no Rio de Janeiro, a Queer Cup de handebol em Porto Alegre e a Ligay de futebol em Belo Horizonte.
Elenco Capivara do handebol (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Além do Capivara, em Curitiba existe uma outra equipe especializada em futebol gay que é o Taboa Futebol Clube.
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