Durante séculos, o gato preto foi envolvido em lendas, mitos e superstições que o associam ao azar, à bruxaria e ao sobrenatural. Enquanto em algumas culturas ele foi visto como símbolo de proteção e boa sorte, em outras passou a ser injustamente temido e até rejeitado. A origem dessa fama negativa remonta à Idade Média, quando esses felinos foram ligados a práticas ocultas e perseguidos junto com mulheres acusadas de feitiçaria.

Até hoje, muitas pessoas evitam adotar gatos pretos por puro preconceito, o que reflete o quanto antigas crenças ainda influenciam nosso olhar sobre os animais. Entender a história por trás da lenda é um passo importante para quebrar estigmas e valorizar esses bichanos tão especiais, que são tão amorosos e incríveis quanto qualquer outro gato.
Origem da lenda do gato preto
As associações negativas com o gato preto remontam à Idade Média, quando a Igreja Católica passou a relacionar a figura do animal às bruxas e à prática de feitiçaria. Documentos históricos mostram que, na Europa, entre os séculos XIII e XVII, a caça às bruxas envolvia frequentemente a condenação de mulheres que tinham gatos pretos como companhia.
Durante a Inquisição, acreditava-se que bruxas poderiam se transformar em gatos pretos para escapar de julgamentos ou que o diabo se manifestaria por meio deles. Esse imaginário foi reforçado em culturas ocidentais e influenciou a forma como esses animais foram vistos por gerações.
Superstições populares no Brasil
No Brasil, as crenças relacionadas ao gato preto foram herdadas da tradição europeia e associadas a datas como a sexta-feira 13. Segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), gatos pretos têm menor índice de adoção do que gatos de outras cores, especialmente em períodos próximos ao Halloween, o que levou entidades de proteção animal a suspenderem temporariamente a adoção nesses períodos.

Além disso, muitas ONGs relatam que bichanos pretos sofrem mais abandono e violência. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), esse preconceito é cultural e não encontra respaldo em evidências comportamentais ou sanitárias.
O que diz a ciência sobre o gato preto
Estudos genéticos identificaram que a coloração preta nos felinos está ligada ao gene agouti, que influencia a distribuição de melanina nos pelos. Segundo o National Center for Biotechnology Information (NCBI), essa característica pode, inclusive, estar associada a maior resistência a algumas doenças virais, como o HIV felino (FIV).
Comportamentalmente, não há diferença entre gatos pretos e de outras cores. A personalidade de um gato está relacionada a fatores genéticos, experiências precoces e ambiente, conforme destaca a American Veterinary Medical Association (AVMA).
Campanhas de valorização do gato preto
Nos últimos anos, diversas campanhas têm sido realizadas para combater o preconceito. Datas como o “Dia Internacional do Gato Preto”, celebrado em 17 de agosto em alguns países, têm o objetivo de incentivar a adoção e o respeito a esses animais.

Organizações de proteção animal também alertam sobre a importância de microchipar e manter os gatos pretos seguros em casa, especialmente em datas que envolvem superstições.
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